16 de janeiro de 2025

Polícia de SP afirma que PCC controla dezenas de hotéis na Cracolândia

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os locais servem para o armazenamento e uso de drogas. Polícia Civil descobre rede de imóveis do crime organizado para manter Cracolândia em funcionamento
Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo descobriu uma rede de imóveis do crime organizado para manter a Cracolândia em funcionamento.
Na ficha de registro do hotel na região da Cracolândia, os hóspedes só se identificam por apelidos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, é porque o local nunca serviu pra hospedagem e, sim, para o armazenamento, uso de drogas e lavagem de dinheiro do PCC.
“São empresas que são utilizadas pelo crime organizado justificando saídas de recursos que não existem para no final das contas chegar em duas ou três empresas no final, um montante milionário de recursos, que no final das contas é o que está sendo comprovado pela investigação, que é dinheiro do tráfico”, diz Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.
Dos 140 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quinta-feira (13), quase 80 eram em hotéis e hospedarias que ficam nas ruas onde os dependentes de drogas circulam – o chamado fluxo – 28 foram interditados.
A polícia identificou que esses hotéis e pensões que ficam no entorno da Cracolândia estão ligados ao crime organizado e dão apoio ao tráfico. Segundo as investigações, sempre que hospedarias são fechadas em uma região, outras abrem em novos endereços e o fluxo também migra.
O delegado que chefiou a operação explica que o PCC montou uma espécie de rede de imóveis para manter a Cracolândia.
“Não existiria Cracolândia que conhecemos hoje sem a existência dessas hospedarias na sua maioria clandestina. O traficante de drogas tem a possibilidade de escolher quartos dentre centenas de opções para poder guardar essa droga. Esses usuários de drogas só vão até aquela região porque há uma infraestrutura destinada para recebê-los”, fala Fernando Santiago, chefe da operação.
Em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, os policiais encontraram uma estufa para plantação de maconha e um laboratório para a fabricação de K-9 – um droga sintética com alto potencial destrutivo.
Na operação desta quinta-feira (13), a polícia prendeu 15 pessoas por crimes como tráfico de drogas e receptação. No material apreendido, 23 kg de coocaína e outros entorpecentes, também uma arma, munição e celulares. A Justiça bloqueou as contas bancárias de 26 pessoas e empresas.
“Conseguimos fazer o raio x de como o dinheiro entra, a movimentação, para que no final desague em algumas empresas controladas pelo crime organizado”, explica Ronaldo Sayeg, diretor do Denarc.

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