2 de outubro de 2024

Polícia do Amapá investiga esquema de ‘empresas de fachada’ que movimentou R$ 2,5 milhões

Uma pessoa foi vítima do esquema no Amapá. Ela transferiu R$ 190 mil à conta bancária de uma dessas empresas. Amapaense foi vítima de golpe que era aplicado através do whatsapp.
A Tribuna/divulgação
Um contador de 52 anos que reside em São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá pelo crime de fraude eletrônica. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26).
Segundo a investigação, o indiciado articulou um esquema criminoso onde 18 ‘empresas de fachada’ foram criadas, chegando a movimentar ao menos R$ 2,5 milhões, por meio de fraudes pelo WhatsApp.
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Delegado Nicolas Bastos conduziu a investigação no Amapá
Polícia Civil/divulgação
A investigação foi realizada pela Delegacia de Repressão à Fraude Eletrônica (DRFE) e segundo o delegado Nícolas Bastos, as ‘empresas de fachada’ foram utilizadas somente para abrir contas bancárias e realizar movimentações financeiras.
“Essas empresas, que não tinham atuação no mercado real, foram utilizadas para abrir centenas de contas bancárias e movimentar a alta quantia de dinheiro auferida”, informou o delegado.
Esquema
Segundo a polícia, o esquema consistia em abordar pelo WhatsApp, pessoas que possuíam empréstimos com bancos. No Amapá, uma pessoa foi vítima do esquema. Ela transferiu R$ 190 mil à conta bancária de uma dessas empresas.
“Durante o contato, os golpistas alegavam estar representando bancos concorrentes e ofereciam propostas vantajosas para que a vítima migrasse o seu empréstimo para o banco que ele dizia representar, tendo, como vantagens, prestações menores e recebimento de dinheiro. Ao convencer a vítima, o grupo orientava um ‘passo a passo’ para a vítima realizar em seu aplicativo bancário ou caixa eletrônico. Assim, sem perceber, a vítima contraía novos empréstimos e transferia os valores para as ‘empresas de fachada'”, explicou o delegado.
Investigação
Dados fornecidos pela Junta Comercial do Estado de São Paulo, mostraram que todas as empresas declararam ter sede no mesmo endereço, um bairro residencial na cidade de Guarulhos. Após investigação, foi comprovado que se tratava de uma casa e nenhum estabelecimento comercial funcionava no local.
A maioria das empresas do esquema, possui a assinatura do contador indiciado, por meio de certificado digital, ele estava identificado como responsável técnico.
Outra curiosidade que a investigação levantou é que pelos dados da Receita Federal do Brasil, verificou-se que as pessoas jurídicas sempre tinham como sócios, pessoas com idade entre 18 e 23 anos e nenhum funcionário registrado.
Foram analisados relatórios de inteligência financeira, produzidos desde 2022. Esses dados foram essenciais para identificar o padrão de movimentação financeira apontada como ‘incomum’, que inclui quantias elevadas, sem nenhuma comprovação, além da utilização de contas de passagem, o que, segundo a polícia, caracteriza lavagem de dinheiro.
No momento da intimação via WhatsApp de um dos alvos, foi flagrada na foto de perfil a identidade visual de um banco, usado como meio de enganar as vítimas, demonstrando que o suspeito estava aplicando golpes no momento em que foi intimado.
Dados vazados
Ainda segundo a investigação, nas conversas analisadas pelos agentes foi possível observar que os suspeitos possuíam conhecimento aprofundado dos dados bancários da vítima, incluindo a existência de empréstimos prévios e extrato.
Além disso, os suspeitos conseguiam aumentar limites de operação das vítimas para permitir que uma pessoa de classe média efetuasse o pagamento de dois boletos bancários de R$ 90 mil e R$ 40 mil no mesmo dia.
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