7 de fevereiro de 2025

Polícia Federal investiga morador de Londrina por produzir e enviar passaportes falsos para Europa e Estados Unidos


Segundo polícia, principal objetivo das pessoas que compravam os passaportes, era usá-los para conseguir emprego. Suspeito produzia os documentos no próprio apartamento. Polícia Federal faz operação contra a falsificação de passaportes estrangeiros
Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (7) contra um morador de Londrina, no norte do Paraná. Segundo a Polícia Federal (PF), ele é acusado de produzir e enviar passaporte falsos para oito países da Europa e para os Estados Unidos.
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De acordo com a Polícia Federal, as pessoas faziam contato com o falsificador pela internet. Depois, ele produzia os documentos no próprio apartamento e os enviava por meio de uma empresa de logística internacional, sediada em São Paulo.
Os passaportes eram postados em envelopes na unidade da empresa em Londrina, iam para São Paulo e, depois, eram despachados para o exterior, sendo que a maioria dos destinatários eram de nacionalidade brasileira.
Até o momento foi identificada a confecção de passaportes falsos de países europeus, tais como Portugal, Itália, França, Espanha, Holanda, Bélgica e Irlanda. De acordo com a PF, o principal objetivo das pessoas que adquiriam esses documentos, era usá-los para conseguir emprego.
Na manhã desta sexta-feira (7), os agentes da PF foram até três endereços que estavam em nome do suspeito, de 39 anos. Contudo, materiais que possivelmente fazem parte da falsificação dos documentos só foram encontrados no apartamento onde ele mora, no bairro Gleba Palhano.
Ao todo, foram apreendidos computadores, tintas, impressoras, placas de metal, veículos e uma moto aquática, além de folhas para produção de carteira de habilitação brasileira e passaporte brasileiro. Todo o material passará por análise pericial.
Conforme a Polícia Federal, o homem não foi preso, pois não havia nenhum mandado de prisão contra ele. Também não houve flagrante, pois no momento da visita da polícia ao apartamento dele, o suspeito não estava produzindo ou enviando os documentos.
Apesar disso, o homem confessou aos policiais que já havia sido preso anteriormente na Inglaterra, por falsificação de documentos. Dessa vez, a suspeita é de que o esquema esteja ocorrendo há dois anos.
Após o término da análise dos materiais, o suspeito será intimado a comparecer a delegacia, segundo a PF.
PF está investigando homem que falsificava passaportes em um apartamento em Londrina
Polícia Federal
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Empresa de logística descobriu o crime
O esquema foi descoberto em abril de 2024, durante uma fiscalização de rotina da própria empresa de logística. Conforme o delegado da PF, Joel Moreira Ciccoti, os envelopes passaram por uma inspeção por meio de um raio-x.
“Verificando que havia indício de que o que estava ali poderia ser ilegal, a empresa fez a inspeção física, constatando que se tratava de passaportes estrangeiros emitidos em Londrina. Então ela encaminhou a denúncia para a Policia Federal de São Paulo para tomar as providencias”, explicou o delegado.
Foram cerca de 20 apreensões, ocorridas em datas diferentes, sendo que em algumas encomendas havia mais de um passaporte falso. Em alguns casos, a foto era da mesma pessoa, embora os nomes grafados nos documentos fossem diferentes.
Além disso, o suspeito tinha gráfica em Londrina, que funcionava como uma empresa de faixada. Ele contratava entregadores para levar os documentos até o centro de logística e fazia com que eles assinassem os envelopes, para tentar dificultar a identificação dele.
Entretanto, a empresa conseguiu chegar até o suspeito, por meio dos pagamentos dos serviços, que eram feitos por ele e, na maioria das vezes, por pix.
De acordo com o delegado, a partir da análise dos materiais será possível descobrir se há outras pessoas envolvidas no esquema e chegar até as pessoas que estavam adquirindo os documentos.
Ciccoti também informou que o homem poderá responder por falsificação de documento público e lavagem de dinheiro, com penas, que se somadas, podem chegar a 16 anos de prisão.
“Depois da análise dos materiais ele será indiciado e o resultado disso tudo será encaminhado a Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, para que promova uma ação penal e ele seja processado e julgado”, explicou o delegado.
Policiais encontraram e apreenderam diversos materiais usados na falsificação
Polícia Federal
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