Segundo a Justiça, Felipe Messeder Ferreira deve responder pelo crime de tentativa de homicídio. Já Guilherme Henrique Silva Mascarenhas e Tiago Paim Santos foram libertados. Torcedor do Flamengo fica desacordado após receber um chute no rosto
A Polícia Civil indiciou um dos três torcedores do Atlético-MG suspeitos de espancar um flamenguista após a final da Copa do Brasil. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Felipe Messeder Ferreira, de 37 anos, deve responder pelo crime de tentativa de homicídio.
Testemunhas filmaram o momento em que Richard Bastani, de 50 anos, foi agredido e, ao tentar se levantar do chão, levou um chute no rosto, caiu novamente e ficou desacordado (veja vídeo acima). As agressões foram no bairro Dona Clara, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. De acordo com o Hospital Risoleta Neves, a vítima sofreu traumatismo craniano, lesão no olho e várias fraturas.
Richard Bastani estava com a filha comemorando a vitória do time quando foi agredido
Reprodução/TV Globo
Conforme a Justiça, o processo contra o acusado tramitava na Central de Inquéritos e será remetido ao Tribunal do Júri da capital. A decisão é da juíza Lívia Lúcia Oliveira Borba, que também determinou, nesta quinta-feira (28), a revogação da prisão preventiva de outros dois atleticanos envolvidos no caso: Guilherme Henrique Silva Mascarenhas, de 32 anos, e Tiago Paim Santos, de 35.
O Ministério Público havia dado parecer favorável pela soltura de ambos, uma vez que a Polícia Civil não os indiciou porque era necessário aprofundar as investigações sobre a participação deles no ocorrido.
Já o torcedor Felipe Messeder Ferreira continua preso e vai responder pela tentativa de homicídio, qualificada por recurso que dificultou a defesa da vítima. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa do réu.
Ainda nesta quinta, Richard Bastani passou por uma cirurgia de reconstrução no osso que sustenta o olho direito. “O procedimento ocorreu muito bem, Graças a Deus. Ele já recebeu alta”, afirmou a enteada dele.
Prisão preventiva
Felipe Messeder Ferreira, de 37 anos, Guilherme Henrique Silva Mascarenhas, de 32, e Tiago Paim Santos, de 35, foram presos, no último 11 de novembro, pelo crime de lesão corporal de natureza grave contra Richard Bastani. O torcedor do Flamengo tinha ido a um bar com a filha para comemorar a vitória do time na final da Copa do Brasil.
“Cheguei, entrei no bar, tomei uma copada. Virei para ver o que estava acontecendo e tomei uma pancada no rosto. Eu não tive reação, não tive o que fazer”, contou a vítima à TV Globo.
No dia seguinte, os três suspeitos tiveram a prisão convertida para preventiva — quando não há previsão para expirar.
“A gravidade concreta dos fatos no qual a vítima, Richard Bastani, trajando uma camisa do time de futebol Flamengo, teria chegado ao local dos fatos com sua filha e genro, procurando por uma mesa para se assentarem, momento em que teria sido atingida por um líquido em um copo arremessado pelo autuado Felipe e, em seguida, veio a ser espancada pelos autuados, os quais trajavam uma camisa do Clube Atlético Mineiro. (…) Tudo isso a corroborar a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva, para a garantia da ordem pública”, determinou a juíza Juliana Miranda Pagano, da Central de Audiência de Custódia (Ceac) de Belo Horizonte.
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Confrontos na final da Copa do Brasil
Segundo a Polícia Militar, no domingo (10) da final, foram registradas, pelo menos, 14 ocorrências de confronto entre torcedores atleticanos e flamenguistas. De acordo com o governo do estado, 12 pessoas foram presas.
Houve também conflitos no estádio. Em alguns, foi necessário uso da força policial com balas de borracha e spray de pimenta.
Em função dos acontecimentos, o Atlético-MG foi punido, provisoriamente, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (SJTD), com a interdição da Arena MRV.
Em nota, o governo de Minas informou que requisitou as imagens do circuito de segurança do estádio para identificar e punir os responsáveis. A delegacia de Eventos e Proteção ao Turista (Depatur) está responsável pelas investigações.
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