16 de outubro de 2024

Polícia investiga caso de funcionária que pode ter desviado R$ 3 milhões de empresa em Manhuaçu

Mulher foi presa por furto qualificado por abuso de confiança ao tentar transferir quase R$ 10 mil para a própria conta bancária. Casal prestou depoimento na delegacia de Manhuaçu e foi autuado por homicídio culposo
João Vitor Nunes/Inter TV dos Vales
Uma funcionária de uma empresa de café foi presa em flagrante na última quinta-feira (10), em Manhuaçu, sob acusação de desviar recursos financeiros da empresa para pagar despesas pessoais.
A prisão aconteceu após os proprietários suspeitarem de irregularidades nas finanças e acionarem as autoridades.
De acordo com o delegado Guilherme Mariano Caldeira, a investigação foi iniciada após os donos da empresa perceberem movimentações suspeitas nos malotes enviados ao banco.
“A Polícia Civil foi acionada pelos proprietários da empresa, que já haviam suspeitas de fraudes praticadas por essa funcionária. Diante dessa situação, a Polícia Civil já imediatamente realizou as diligências e verificou-se naquele momento, no dia dez, na quinta-feira, que ela estava providenciando um saque da empresa e iria pegar o dinheiro pra ela”, afirmou o delegado.
Durante a operação, a polícia acompanhou a abertura dos malotes no banco e constatou que, além dos pagamentos rotineiros da empresa, havia boletos pessoais da funcionária.
Entre eles, estavam faturas de cartão de crédito e pagamentos a fornecedores que não faziam parte das despesas da empresa.
O delegado destacou que a funcionária usava cheques da empresa para realizar os saques e pagar suas contas.
“Inclusive, utilizava os cheques da empresa para efetuar os saques, pegar a parte do dinheiro e pagar também boletos que iriam beneficiá-la”, completou Caldeira.
A funcionária, que trabalhava há mais de dez anos na empresa e era responsável pela gestão financeira, foi detida no local e levada para a delegacia.
“Os investigadores efetuaram a prisão dela em flagrante, encaminharam aqui pra delegacia, e foi pro plantão digital, onde o delegado ratificou a prisão dela e comunicou o Poder Judiciário e o Ministério Público”, disse o delegado.
A Polícia Civil continua as investigações para apurar o valor total desviado. Segundo as primeiras estimativas, o montante pode ultrapassar R$3 milhões.
Além do furto qualificado por abuso de confiança, a funcionária pode responder por falsificação de documentos e fraudes contábeis.
“Agora nós vamos dar continuidade à investigação, inclusive para apurar o montante que foi desviado nesse caso. Ela já foi presa por furto qualificado por abuso de confiança. Agora vamos analisar inclusive participações de terceiras pessoas nesse esquema”, concluiu Caldeira.
O advogado da suspeita, Abraão Lopes, contesta as acusações e afirma que a prisão foi injusta.
“A defesa considera a prisão injusta e um flagrante preparado, uma vez que a narrativa apresentada pela empresa é considerada absurda e inverossímil. A acusação de desvio de R$ 3 milhões em uma empresa com a estrutura daquela carece de qualquer embasamento consistente”, declarou.
Segundo a defesa, a situação financeira da empresa seria desorganizada, dificultando a identificação de transações.
“Apresentamos ainda que aparentemente a confusão patrimonial da empresa é tamanha que nem mesmo os sócios ocultos da empresa conseguem identificar a origem e a destinação dos bens e valores”, afirmou o advogado.
Lopes também anunciou que tomará medidas para apurar o ocorrido:
“Diante dos fatos, a defesa irá notificar a OAB de Manhuaçu para instauração de Procedimento de Investigação Defensiva, visando apurar as circunstâncias do flagrante preparado e as possíveis relações entre servidores da força de segurança e os reais proprietários da empresa.”
Ele ainda garantiu que as provas a serem apresentadas na audiência de instrução e julgamento provarão a inocência da cliente:
“As provas que serão apresentadas na audiência de instrução e julgamento demonstrarão, de forma cabal, a inocência de nossa cliente e levarão à sua absolvição”, concluiu.
A defesa da empresa informou que, por enquanto, não vai dar declarações sobre o caso, mas destacou que confia plenamente na Justiça para a resolução dos fatos.
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