19 de setembro de 2024

Polícia investiga furto de 66 cabeças de gado no RS; abigeato resultou em prejuízo de R$ 140 mil

Estado apresentou redução de roubo de gado, apesar de ocorrências terem aumentado em algumas regiões. Em Minas do Leão, criminosos invadiram propriedade de 2,4 mil hectares. Polícia Civil anunciou a criação de quatro novas delegacias especializadas. Ocorrências de abigeato aumentaram em algumas regiões do RS
Reprodução/RBS TV
Apesar da redução das ocorrências em todo o Rio Grande do Sul, o roubo de gado segue sendo um desafio para a polícia em regiões onde a incidência desse tipo de crime, o abigeato, aumentou. Em Minas do Leão, a 94 km de Porto Alegre, criminosos levaram de uma só vez 66 cabeças de gado de uma propriedade de 2,4 mil hectares, na sexta-feira (13).
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A intensa movimentação militar em função da existência de um campo de treinamento do Exército na propriedade vizinha não inibiu a ação dos bandidos, que usaram cavalos e, possivelmente, dois caminhões para transportar os animais. Do lote furtado, 26 cabeças foram recuperadas em um horto florestal das proximidades. O prejuízo estimado é de R$ 140 mil.
“Como cidadã, me sinto altamente ultrajada, invadida. Invadida na minha propriedade. Agora eu tenho medo de me movimentar por aqui”, diz a pecuarista que divide a administração da fazenda com outras três irmãs.
Já o caso mais recente aconteceu na noite de terça-feira (17), em São Francisco de Paula, na Serra, onde um terneiro foi abatido com um tiro na cabeça e abandonado no campo.
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Preocupação
Os crimes na região de Minas do Leão preocupam os produtores rurais. O próprio presidente do Sindicato Rural de Butiá e Minas do Leão, José Fernando Almeida Vieira, foi atacado, em abril. Das 26 rezes furtadas, 20 foram recuperadas no mesmo horto.
“A sorte que nós temos a lavoura de soja, lavoura de trigo, lavoura de milho, bons parceiros na região, mas eu vejo assim a pecuária diminuindo, diminuindo, por causa desse tipo de situação, do abigeato que está sendo muito frequente”, lamenta Vieira.
Para combater a ação das quadrilhas, a Polícia Civil anunciou a criação de quatro novas delegacias especializadas.
No total, são oito Delegacias de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (DECRAB), de acordo com a Secretaria de Segurança Publica (SSP) do Rio Grande do Sul.
Municípios que já têm delegacias especializadas:
Bagé
Alegrete
Camaquã
Cruz Alta
Municípios com novas delegacias especializadas:
Santo Antônio da Patrulha
Santa Maria
Vacaria
Santo Ângelo
Delegacias de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (DECRAB)
Reprodução/ RBS TV
Há dez dias, o Grupo de Investigação (GDI) da RBS revelou o drama dos fazendeiros que criam gado na fronteira do Brasil com o Uruguai, em Santana do Livramento. Um produtor sofreu um prejuízo de R$ 300 mil depois que um lote de 70 cabeças foi furtado, em agosto.
“É o roubo do lucro líquido. Porque o remédio daquele gado que foi roubado inclusive, eu vou ter que vender o outro pra pagar. Do ponto de vista administrativo, literalmente, de repente te tiraram mais de um ano de lucro líquido”, queixa-se o produtor.
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Além das quadrilhas que furtam lotes inteiros de gado, existem criminosos que agem de forma mais isolada, mas não menos cruel. Em Glorinha, um produtor relatou que criminosos arrancaram os olhos de um touro e romperam os tendões das patas, para facilitar o abate. Cidades como Uruguaiana e Bagé registraram aumento nos casos de abigeato, entre janeiro e agosto deste ano na comparação com 2024: 34% e 23%, respectivamente.
No geral, a SSP garante que as estatísticas diminuíram 24% no período. Esse número vem caindo desde quando a primeira delegacia especializada foi criada, em 2017, sob a repercussão de uma reportagem especial exibida pelo Fantástico.
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