18 de janeiro de 2025

Polícia investiga monitoras de creche por maus-tratos após ‘comportamento inadequado’ com crianças no interior de SP

Profissionais também foram afastadas de suas funções pela Prefeitura de Leme após direção da unidade escolar averiguar imagens de câmeras de segurança. Monitoras de creche de Leme são afastadas por comportamento inadequado
Duas monitoras escolares foram afastadas de suas funções depois de serem flagradas por câmeras de segurança com “comportamento inadequado” com crianças do maternal na EMEI Profa. Virgínia Leme Schwenger Franco, em Leme (SP).
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As câmeras que registraram a ação inadequada estão instaladas dentro da unidade escolar e o possível crime de maus-tratos foi identificado pela direção da unidade, que comunicou os pais e registrou um boletim de ocorrência, entregando as imagens para a Polícia Civil
A Prefeitura de Leme abriu um processo disciplinar para investigar a conduta das servidoras, mas não especificou qual foi o comportamento inadequado das profissionais, apenas disse que o caso está sob sigilo para não atrapalhar as investigações.
Comportamento inadequado
EMEI Profa. Virgínia Leme Schwenger Franco em Leme
Reprodução/Google Maps
A mãe de um dos alunos da creche, que não quis ser identificada, disse ao g1 que a diretora teria desconfiado que as crianças do berçário, de 1 a 2 anos, estavam dormindo demais e resolveu analisar as imagens da sala e viu que as suspeitas estariam dando tapas na cabeça e nas nádegas dos bebês, além de jogar o cobertor sobre o eles para que voltassem a dormir.
O afastamento das profissionais aconteceu na quarta-feira (12), mesmo dia em que alguns pais foram comunicados sobre o acontecido, mas o caso só veio à tona na segunda-feira (17), depois que a prefeitura divulgou uma nota oficial sobre o ocorrido. (Veja abaixo.)
Como os nomes das monitoras não foram divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa delas para comentar o caso.
Medo
A mãe de uma criança que está na mesma sala da bebê agredida disse ao g1 que ficou com medo que seu filho também pudesse ter sido vítima das agressões.
“Ele chegou a ter problema pra dormir, medo de chinelo. Eu conversei com os avós e com o pai para saber se alguém estava batendo porque ele não apanha dentro de casa e agora eu acho que descobri de onde vem o trauma. Quem garante que as outras crianças também não eram agredidas?”, disse.
Como as imagens das câmeras de segurança não foram disponibilizadas para todos os responsáveis com crianças na sala, ela pretende buscar na Justiça o direito de conseguir ver o que foi gravado.
Investigação
De acordo com a prefeitura, foi aberto um processo disciplinar, que tem prazo de 60 dias para ser realizado, mesmo tempo que as servidoras devem ficar afastadas de forma preventiva. Elas continuam recebendo os salários durante esses meses.
O Ministério Público disse que ainda não foi notificado sobre caso e que a investigação está sendo conduzida pela Polícia Civil.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) ainda não respondeu se já foi aberto inquérito, se alguém foi ouvido e o que mostram as imagens das câmeras de segurança.
Nota oficial da prefeitura
Pelas redes sociais, a Prefeitura de Leme divulgou, na segunda-feira (18), o comunicado abaixo:
“A Prefeitura Municipal de Leme, por meio da Secretaria de Comunicação Social, vem a público reestabelecer a verdade e esclarecer as informações que estão circulando nas redes sociais.
A Prefeitura Municipal de Leme, por meio da Secretaria Municipal de Educação tem realizado monitoramento por câmeras de vídeo em todos os ambientes e escolares e em uma verificação de rotina pela coordenação da EMEI Profa. Virgínia Leme Schwenger Franco, verificou comportamentos inadequados por duas monitoras de educação.
Para apurar os fatos, imediatamente a Prefeitura afastou preventivamente do trabalho as servidoras envolvidas, instaurou um processo disciplinar e elaborou um boletim de ocorrência junto a Polícia Civil, disponibilizando todas as imagens.
Diante desse lamentável episódio, a Prefeitura de Leme reitera que não compactua com nenhum tipo de violência e tomará todas as medidas cabíveis, ficando à disposição das autoridades para qualquer outro esclarecimento, que, ao final será disponibilizado à comunidade escolar”.
Nota oficial publicada pela Prefeitura de Leme
Reprodução/Facebook
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