Câmeras de segurança registraram a cena que motivou a denúncia. Vereador Daniel Bertani (Podemos) nega a importunação sexual. Importunação sexual teria ocorrido nas dependências da Câmara de Salto (SP)
Câmara de Salto/Divulgação
A Polícia Civil vai investigar uma denúncia de importunação sexual envolvendo um vereador e uma assessora parlamentar de Salto (SP). Câmeras de segurança flagraram o assédio no dia 5 de março e um boletim de ocorrência foi registrado na quinta-feira (28).
Conforme om documento, durante uma homenagem no Dia Internacional da Mulher, na Câmara, a assessora parlamentar encostou na parede para que o vereador pudesse passar por um biombo. Porém, Daniel Fraga Moreira Bertani (Podemos), encostou nas partes íntimas dela, segundo a assessora.
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Ela relatou à polícia que ficou assustada e procurou o chefe, que também é vereador. Eles buscaram as imagens do circuito interno, que flagraram o caso. As imagens foram entregues para a Polícia Civil.
A defesa do assessora afirmou que, foi solicitado junto ao Poder Público local o registro do boletim de ocorrência, com pedido de medida protetiva, de forma a resguardar todos os interesses – especialmente por tratar de ser mulher e advogada.
“Diante do apresentado, confiante nos órgão judiciais e no poder público, a vítima aguarda o regular andamento das investigações, confiante na solução rápida e precisa que o caso merece”, acrescenta a defesa.
A Câmara dos Vereadores de Salto afirmou que está comprometida “em zelar pela integridade e segurança de todos os presentes em suas dependências”.
“Diante dos recentes relatos de acusação de importunação sexual, uma comissão competente será designada para investigar os fatos detalhadamente. A Câmara dos Vereadores não tolerará comportamentos que violem a dignidade e o respeito humano. Reafirmamos nosso compromisso com a integridade, a transparência, respeito, justiça e a segurança de todos os envolvidos.”
OAB repudia o ato
A diretoria da 157ª. Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, de Salto, afirmou que os fatos são graves e repudiou o ato.
“Considerando a gravidade dos fatos que envolve uma advogada no exercício de suas funções, esta Diretoria, em conjunto com a Comissão de Direitos e Prerrogativas, Comissão da Mulher Advogada e Comissão de Direitos Humanos tomará as providências necessárias e desde já manifesta solidariedade e absoluto repudio a qualquer forma de violência de gênero.”
A entidade diz ainda que na próxima sessão da Câmara Municipal de Salto, que ocorrerá em 2 de abril, realizará um ato, não só de solidariedade, mas também de repúdio.
O que diz o vereador
O parlamentar foi procurado pelo g1 para comentar a questão, mas ele não retornou. Entretanto, pelo Instagram, ele fez uma publicação e comentou o caso.
No post, disse que a parlamentar se “sentiu desconfortável devido à inadequação da arquitetura do local, onde não há espaço para a passagem de duas pessoas no corredor”, afirmou. “Peço desculpas por ter tentado passar pelo mesmo corredor ao mesmo tempo mas devido a urgência no plenário, tive que passar rapidamente pelo corredor.”
“Além disso, é importante considerar que a ocorrência foi registrada na véspera de um feriado, relatando fatos ocorridos há mais de 20 dias, e eu não tive acesso a essas informações além das redes sociais. Portanto, é possível que haja precipitação e desmerecimento da mulher e suas lutas ao expor o caso dessa maneira, como uma ameaça política contra mim”, argumenta.
Ele ainda diz que há uma manipulação política, frutos de denúncias recentes que ele teria feito. “É importante destacar que há um pedido de medida protetiva para que eu não acesse mais a Câmara, exatamente no momento em que estou denunciando as irregularidades em projetos que envolvem o aumento de salários dos vereadores e do prefeito.”
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