Policiais do 32º DP flagraram dupla vendendo cocaína para mulher na região de Itaquera, na Zona Leste de SP. Marcos Bezerra Santos foi condenado e ficou preso pelo sequestro da filha de Silvio Santos, segundo a Polícia Civil. Suspeito de tráfico de drogas foi condenado por sequestro de Patrícia Abravanel
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A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (21) em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, dois suspeitos de alugar uma casa para traficar drogas. Um deles, Marcos Bezerra Santos, foi condenado e ficou preso pelo sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, em 2001.
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Policiais do 32º DP flagraram a dupla vendendo cocaína para uma mulher. Dentro do imóvel foi encontrado um bar “secreto”, onde estavam instaladas máquinas caça-níqueis que foram periciadas e apreendidas.
Segundo a delegada Vanessa Bastos Guimarães, os dois foram autuados em flagrante por crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas e jogo de azar. A defesa de Marcos Bezerra Santos não foi localizada até a última atualização desta reportagem.
O apresentador Silvio Santos morreu aos 93 anos, neste sábado (17), em São Paulo, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por influenza A (H1N1).
O sequestro
Em agosto de 2001, Patrícia foi sequestrada e passou sete dias em um cativeiro.
Ela acabou sendo solta no dia 28 daquele mês, após o pagamento de resgate, e voltou para casa dirigindo o próprio carro. A filha de Silvio Santos falou com a imprensa naquela tarde, da sacada de sua casa. Na entrevista coletiva, Patrícia deu detalhes do sequestro e do cativeiro onde ficou durante quase uma semana.
Ao todo, seis pessoas foram citadas como envolvidas no sequestro: Marcelo Batista dos Santos, Esdras Dutra Pinto, Luciana dos Santos Souza, Tatiana Pereira da Silva, Marcos Bezerra Santos e Fernando Dutra Pinto, apontado como o líder.
Marcelo e Esdras foram presos pela polícia horas após a libertação de Patrícia. O irmão de Esdras, Fernando Dutra Pinto, e sua namorada, Luciana, fugiram com o dinheiro do resgate.
Já Marcos ficou foragido até abril de 2003.
A polícia de São Paulo iniciou uma caçada ao sequestrador, que chegou a ser localizado em um hotel em Alphaville, na Grande São Paulo, mas conseguiu fugir após matar dois investigadores da Polícia Civil numa troca de tiros.
Em 30 de abril, uma reviravolta no caso: o criminoso invadiu a casa de Silvio Santos em São Paulo e o fez refém durante sete horas.
À época, o caso ganhou grande cobertura da imprensa. O então governador de São Paulo Geraldo Alckmin precisou participar das negociações, que terminaram com a prisão do sequestrador.
Jornalista testemunhou sequestro
Na quinta-feira, dia 30 de agosto de 2001, a jornalista jornalista Carla Augusta Sant’Anna e o cinegrafista Carlos Alberto Correia receberam a tarefa da chefia do antigo Canal 21 – que pertencia à TV Bandeirantes – de fazer uma reportagem sobre a retomada da vida da família Abravanel após o sequestro da filha Patrícia, que tinha sido solta pelos sequestradores dois dias antes, em 28 de agosto.
Era por volta das 6h da manhã quando a jornalista chegou à porta da mansão de Silvio Santos na esperança de registrar a volta à rotina da família vítima do crime mais falado daquele ano no Brasil.
Como o apresentador dirigia o próprio carro, a expectativa da equipe era conseguir falar com ele na saída de casa para a empresa.
A dupla de jornalistas fazia plantão em frente à mansão, quando Carla avistou um homem chegando de agasalho de moletom e touca. Até então, não se sabia que se tratava de Fernando Dutra Pinto, autor do sequestro de Patrícia Abravanel.
O homem passou pelo carro de reportagem discretamente, sem perceber que havia gente lá dentro, e, alguns minutos depois, sem grandes dificuldades, pulou para dentro da casa pelo muro lateral da mansão.
Jornais contam em 2001 o drama vivido pela família Abravanel e a participação de Carla Santanna no episódio
Acervo pessoal
Ao ver a cena, os dois correram para a guarita da segurança e avisaram: “’Olha, um rapaz pulou para dentro da casa”. “Mas os seguranças não deram muita confiança, achando que a gente queria gerar alguma notícia”, lembra ela, 23 anos depois do episódio.
“Nós corremos para o lugar onde ele tinha pulado e conseguimos subir numa árvore. De lá dava para avistar ele já no meio do jardim da casa, prestes a entrar numa das dependências. Lembro de ir novamente avisar os seguranças, enquanto o cinegrafista ficou registrando as imagens. Poucos minutos depois, a família Abravanel sai de pijama e assustada para o lado de fora. Era o alerta vermelho de que algo realmente não estava bem”, contou a jornalista, hoje com 47 anos.
“Liguei na redação e relatei o que estava acontecendo. Logo, o meu chefe, o Bottini, pediu para a gente continuar por lá e mandou outra equipe. Em poucos minutos, a casa estava cercada de policiais e jornalistas. Era o início do sequestro do apresentador, que durou mais de sete horas e mobilizou o Brasil.”
Fernando Dutra Pinto, depois de sequestrar Patrícia Abravanel e na fuga matar dois policiais, voltou à cena do crime e fez o maior e mais rico apresentador de televisão brasileira refém, sob a mira de uma arma.
Os jornais da época registraram que Silvio foi surpreendido perto da cozinha da casa, enquanto Patrícia, a esposa Iris e as demais filhas correram para a casa de um vizinho.
“Sr. Silvio, eu sou a pessoa que sequestrou a sua filha. Não faça nada. Já fiz muita besteira, posso fazer mais”, disse a manchete do Jornal da Tarde, do Grupo Estado, no dia seguinte ao sequestro do apresentador, citando a fala de Fernando Dutra Pinto.
O sequestro foi transmitido ao vivo pelas principais emissoras de TV e rádio do país durante mais de seis horas. A estratégia do criminoso, na época, era tentar garantir que não seria morto pela polícia caso fosse preso pelo sequestro de Patrícia e pelas mortes de dois policiais que investigavam o crime.
Capas das revistas semanais de 2001 contaram o drama vivido por Silvio Santos em sua mansão no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
Acervo pessoal
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