Lancha transportava passageiros de Gurupá para Porto de Moz, mas foi alvo de piratas. Passageiros ficaram esperando resgate por 19 horas. Dois suspeitos continuam foragidos. Lancha desaparecida.
Reprodução / Redes sociais
Um dos suspeitos do sequestro da lancha “Expresso Fonseca, que saiu de Gurupá, no Pará, e foi abandonada em Santana, no Amapá, foi preso em preventivamente em Macapá na manhã desta sexta-feira (23).
Outros dois supostos piratas foram identificados e continuam sendo procurados pelos policiais da Delegacia de Porto de Moz, no Pará – município que seria o destino final da embarcação – com apoio da Polícia Civil do Amapá e a Polícia Federal.
Roubo, abandono em ilha deserta, desvio de rota: veja cronologia do ataque de piratas
Situação extrema: vítimas tinham apenas lençol, isqueiro e jaleco na ilha deserta
Em nota, a Polícia Civil do Pará informou que o caso segue em apuração e as equipes realizam buscas para localizar os demais envolvidos no crime.
Ainda segundo a PC, os homens vão responder pelo crime de roubo majorado, que é quando há violência ou grave ameaça às vítimas.
Entenda o caso
A embarcação Expresso Fonseca saiu de Gurupá, no arquipélago do Marajó, com destino a Porto de Moz, no oeste paraense, na última segunda-feira (19). No total, 23 pessoas estavam a bordo, incluindo a tripulação.
A lancha foi encontrada na terça-feira (20), na comunidade do Anauerapucu, em Santana (AP), distante a 417 quilômetros do local de partida.
Os piratas fingiram ser passageiros e, depois de anunciar o assalto, abandonaram as vítimas em uma ilha, onde ficaram sem água potável e sem comida. Elas foram resgatadas por um ribeirinho depois de 19 horas.
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A viagem entre Gurupá e Porto de Moz dura cerca de duas horas, na lancha rápida. Ao longo do trajeto, a embarcação faz paradas – como se fossem conexões ou escalas – em comunidades ribeirinhas, onde alguns passageiros desembarcam e outros embarcam.
A última parada “oficial” que a Expresso Fonseca fez foi na Vila de Tapará, onde um médico embarcou. Após a lancha sair, os suspeitos anunciaram o assalto e ordenaram que os passageiros ficassem de cabeça baixa e não olhassem para eles.
Os assaltantes utilizaram armas de fogo e facões para intimidar as vítimas. Duas passageiras contaram ao g1 que os suspeitos agrediram, com coronhadas, o cobrador e o piloto da lancha.
Os suspeitos seguiram para a Vila Turica, onde abasteceram e seguiram viagem no sentido de volta à Gurupá. Ao perceberem que lancha estava pesada e, portanto, consumindo mais combustível, decidiram abandonar as vítimas na ilha deserta e seguiram com a embarcação.
As vítimas foram resgatadas por um ribeirinho, que estava ajudando nas buscas para localizar os passageiros. Ele passava pela praia em uma pequena embarcação e ouviu o pedido de socorro.
Piratas assaltam lancha com passageiros no Pará.
g1
Cronologia da viagem e sequestro da lancha:
📅 19 de agosto:
Saída do barco: rio Amazonas, às 10h, partindo de Gurupá
Parada na Vila Tapará para embarque e desembarque: rio Amazonas, por volta de 11h30. O lugar fica distante 30 minutos de Porto de Moz (destino final)
Assalto e sequestro da lancha: logo após a saída da Vila Tapará
Passageiros abandonados: por volta das 13h50 de segunda-feira, no rio Amazonas, em praia na Ilha Grande de Gurupá
Vídeo mostra resgate dos passageiros de lancha que foi roubada por piratas, no Pará
📅 20 de agosto:
Passageiros resgatados por ribeirinho: por volta de 9h, no rio Amazonas, em praia na Ilha Grande de Gurupá
Lancha encontrada: às 13h30 de terça-feira (20), na entrada do Rio Vila Nova, próximo à comunidade Anauerapucu (Santana-AP)
Passageiros da lancha levada por piratas foram resgatados por um ribeirinho, em Gurupá.
Reprodução/Redes Sociais
Embarcação foi encontrada em foz de rio no distrito de Santana no Amapá
Divulgação/PF
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