23 de outubro de 2024

Polícia procura por suspeitos de integrar milícia e cometer homicídios em Rio das Pedras

Gerlan Anacleto de Oliveira, apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras, é apontado como um dos suspeitos das mortes de Ramon de Sousa Reis Pereira, Nathan Pereira e Jefferson Ricardo. Polícia tentou prender suspeito em Magé, mas Walder Barrozo fugiu e está foragido. Gerlan Anacleto de Oliveira
Reprodução
A Delegacia de Homicídios procura por três suspeitos de integrar a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, envolvidos com pelo menos três homicídios. Na terça-feira (22), a polícia tentou cumprir um mandado de prisão em Magé, na Baixada Fluminense, mas o suspeito fugiu e está foragido.
O mais recente foi de um sushiman, Ramon de Sousa Reis Pereira, em julho deste ano. Segundo a polícia, Walder Barrozo de Lima, o Dinho, de 32 anos, foi o responsável por ter matado a vítima.
Walder, conhecido como Dinho, é suspeito de matar sushiman em Rio das Pedras
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A polícia foi até Magé, mas não conseguiu prender Walder, que segue foragido.
O chefe da milícia da região, Gerlan Anacleto de Oliveira, teria dado cobertura a Dinho e ameaçado a família da vítima para que não desse declarações à imprensa. Os criminosos ainda teriam proibido que qualquer morador desse informações à polícia.
A Justiça do Rio expediu um mandado de prisão contra ele, que também está foragido.
Ramon de Sousa Reis Pereira era sushiman e tinha 26 anos
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A Polícia Civil indiciou Gerlan em quatro inquéritos por homicídio e ocultação de cadáver de diferentes vítimas na região. Junto com ele, também estava Otávio Rodrigues de Brito, foragido e com um mandado de prisão em aberto.
Jovem morto
Uma dessa investigações aponta que Gerlan foi um dos participantes do crime contra Nathan Fernandes Pereira, 19 anos.
Nathan Fernandes Pereira, de 19 anos, que desapareceu em janeiro em Rio das Pedras
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Com ele, foram denunciados e são réus no processo Otávio Rodrigues de Brito e João Henrique Pedro da Silva, o Pezão.
O motivo do crime, segundo as investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), é o fato de Nathan já ter tido um relacionamento com a então namorada de Otávio.
Antes do crime, ele viu mensagens entre Nathan e sua namorada no aplicativo de mensagens de uma rede social.
Quando os três abordaram a vítima, encontraram no celular dele mensagens em que ele dizia que “milicianos tinham que morrer e que não valiam nada”, além de trocas de mensagens com a namorada de Otávio.
Nathan trabalhava na Gardênia Azul, comunidade de Jacarepaguá que está sob domínio do Comando Vermelho, facção que se tornou a maior rival da milícia na região. Os milicianos suspeitaram que a vítima poderia levar informações da quadrilha para traficantes.
Por causa disso, Nathan foi levado no carro de Gerlan para a localidade conhecida como Areal, em Rio das Pedras, e executado a tiros. Depois, o corpo da vítima foi ocultado pelos criminosos, e nunca foi encontrado até hoje.
O carro de Gerlan era conhecido em Rio das Pedras, segundo as investigações, como o “carro do passeio”.
No seu relatório final de inquérito, a delegada Elen Souto cita que os moradores de comunidades dominadas pela milícias vivem sob uma “lei do silêncio”, já que temem sofrer represálias dos criminosos caso colaborem com as autoridades.
Outro homicídio
Gerlan Anacleto e Otávio aparecem levando homem antes de ser morto em Rio das Pedras
Reprodução
Gerlan e Otávio são suspeitos de um outro homicídio: o caso aconteceu em novembro de 2023. Jefferson Ricardo de Vasconcelos Ferreira foi encontrado morto na estrada de Jacarepaguá.
Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram o momento em que ele aparece sendo levado por Gerlan e Otávio de dentro de uma loja no Rio das Pedras.

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