Adolescente tinha hábito de brincar com bonecas, afirma professor. Luiz Fellipe Darulis, de 12 anos, chegou sem vida ao hospital, e padrasto foi preso em flagrante. A Polícia Civil informou, na manhã desta segunda-feira (29), que vai investigar crime de homofobia, no caso de Luiz Fellipe Darulis, de 12 anos, morto pelo padrasto após sessão de castigo físico e agressões com pedaços de madeira, em Monte Mor (SP).
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Segundo o delegado Fernando Bueno, o suspeito disse à polícia que agrediu a criança na perna duas vezes. Já de acordo com a Secretaria de Segurança do município, o padrasto teria confirmado que “deu um corretivo na criança”. O g1 não localizou a defesa do homem.
“Vamos chamar outras testemunhas ligadas ao vínculo familiar deles, da família da criança, para saber como seria essa relação criança e padrasto, e tudo que está em torno disso. Tudo vai ser investigado, inclusive essa possibilidade de envolver homofobia”, diz o delegado.
O crime aconteceu na noite de sábado (27). A criança chegou sem vida ao hospital e o suspeito, de 46 anos, foi preso em flagrante. A prisão foi convertida em preventiva após audiência de custódia.
“As informações foram fornecidas pelo próprio padrasto, que afirmou que a criança foi obrigada, como corretivo de uma atitude de desrespeito, a realizar agachamentos e, por agir com ‘graça e zombando’ do que estava acontecendo, foi agredido com uma ripa de madeira, com batida na perna, o que se repetiu mais de uma vez”, disse a Secretaria de Segurança de Monte Mor.
Luis, de 12 anos, foi morto agredido pelo padrasto em Monte Mor (SP)
Reprodução
Vítima gostava de brincar com bonecas
Luiz Fellipe foi enterrado nesta segunda, no Cemitério Municipal, e o sepultamento foi acompanhado por familiares e amigos. À EPTV, afiliada da TV Globo, um professor disse que o adolescente tinha o hábito de brincar com bonecas.
“É muito triste você perder um adolescente dessa forma, que nunca falou alto, nunca teve nenhuma palavra de baixo calão. Era um aluno respeitoso, gostava de brincar. Era um garoto que, na idade dele, brincava com as bonecas e era uma das coisas que ele gostava de fazer. […] Ele era apaixonado pela vida, ela gostava de viver do jeito dele, na individualidade dele, era o Luís”, afirma Antônio Gonçalves.
Ainda de acordo com o professor, Luiz Fellipe já havia manifestado preocupação com as punições aplicadas pelo padrasto. “Ele tinha seu melhor amigo e, às vezes, a gente como professor escutava a frase que o padrasto não gostava dele, que ele sofria puxadas de orelha, que se alguma coisa acontecesse na escola e chegasse ao ouvido do padrasto ele ia sofrer algumas broncas”, diz.
Homem suspeito de matar enteado com golpes de ripa de madeira é preso em Monte Mor
Médico acionou GM
De acordo com a Polícia Civil, a mãe, ao chegar na residência, viu o filho Luis Felipe machucado após ser agredido e buscou ajuda no Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus, mas o adolescente chegou na unidade morto.
“Segundo o médico que atendeu a criança, o menino passou mal em casa, com falta de ar e fraqueza. O menino de 12 anos já estava em óbito quando chegou ao hospital, segundo o médico que acionou a GCM”, destacou a prefeitura.
Sepultamento do corpo de Luis Felipe, de 12 anos, morto após agressões do padrasto em Monte Mor (SP)
Jorge Talmon/EPTV
Preso em flagrante
A Polícia Civil informou que assim que os médicos constataram as marcas de agressões, acionaram a Guarda Civil Municipal, denunciando o padrasto, que foi preso em flagrante.
Segundo a prefeitura de Monte Mor, o corpo da criança foi encaminhado para o IML de Americana, para realização o exame necroscópico.
O homem foi levado para a delegacia para registro de ocorrência, e depois passou por audiência de custódia, onde teve a prisão mantida. Ele foi encaminhado à cadeia de Sumaré (SP).
Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus, em Monte Mor (SP), para onde o menino Luis Felipe foi levado após sofrer agressões do padrastro; de acordo com a Polícia Civil, criança chegou morta ao hospital
Gustavo Biano/EPTV
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