Sargento e cabo usavam postos para falsificar documentos e receber dinheiro da manutenção dos veículos. Licitações para manutenção de viaturas da Polícia Militar eram alvos de fraudes.
Imagem ilustrativa – Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal
Dois policiais militares foram presos suspeitos de fraudarem licitações para manutenção de viaturas do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Um sargento e um cabo da PM usavam seus postos de trabalho para falsificar documentos e receber dinheiro da manutenção dos veículos.
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De acordo com o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP), o sargento Evandro Lopes dos Santos e o cabo Vitor Ribeiro eram auxiliares da Seção de Motomecanização do CPI-6 e usavam dos postos para elaborar documentos prevendo serviços de manutenção de viaturas, que sequer eram necessários e realizados.
Além disso, a dupla falsificava a documentação referente aos preços das peças. Isso porque os policiais eram envolvidos com empresas ganhadoras dos processos licitatórios responsáveis pela manutenção das viaturas e, assim, recebiam parte do dinheiro pago pelos serviços.
O esquema foi descoberto por meio de um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar, que ouviu um dos proprietários das empresas envolvidas com os agentes. O homem contou que repassava o dinheiro ao sargento Evandro após a proposta de Vitor para recebimento de vantagens indevidas.
Prisões
Com base no inquérito, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou pela prisão da dupla, que foi decretada pelo juiz do TJMSP Luiz Alberto Moro Cavalcante na quinta-feira (22). Na decisão, ele afirmou que os agentes poderiam comprometer a produção de provas se mantidos em liberdade.
“Policiais militares, que têm a missão de combater a criminalidade e de dar bom exemplo aos demais, quando se desviam da missão, mudam de lado, e passam a utilizar os poderes que lhe são delegados pelo Estado para se enriquecerem ilicitamente, praticando crimes graves, certamente comprometem a ordem pública e ameaçam ou atingem as normas da hierarquia e disciplina”, justificou o juiz.
Conforme apurado pelo g1, as prisões ocorreram no sábado (24) e foram mantidas em audiência de custódia neste domingo (25). O sargento Evandro foi preso em Praia Grande (SP), enquanto o cabo foi detido em São Vicente, cidade vizinha.
Para colaborar na investigação, o TJMSP ainda determinou apreensão de documentos, aparelhos eletrônicos e dinheiro na casa dos suspeitos, além de afastamento do sigilo de aparelhos como computadores e telefones.
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