27 de setembro de 2024

‘Posso lamentar, mas tenho que acatar’, diz Lula sobre possível derrubada do veto sobre ‘saidinhas’ de presos

Presidente vetou trecho que proibia detentos de deixarem penitenciárias para visitar famílias. ‘Se o Congresso derrubar, é um problema do Congresso’, disse em café da manhã com jornalistas. Presidente Lula em café da manhã com jornalistas, em 23 de abril de 2024
TV Globo/Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta terça-feira (23), em café da manhã com jornalistas, uma possível derrubada pelo Congresso do veto presidencial ao projeto que proibia as “saidinhas” de presos em feriados.
“Nós vetamos a proibição de o cidadão ou a cidadã que não tenha cometido crime hediondo, que não tenha cometido estupro, que não tenha cometido crime de pedofilia, sabe, possa visitar os parentes. É uma coisa de família, família é uma coisa sagrada. Família é a base principal, sabe, da organização de uma sociedade”, disse.
“Como é que você vai proibir um cidadão que está cumprindo pena – e se ele está cumprindo pena, é porque o Estado pensa que é possível recuperá-lo – e ele não cometeu esses crimes que eu falei considerados hediondos, pode deixar de visitar os parentes?”, continuou.
“Então, eu segui a orientação do Ministério da Justiça e vetei. Vamos ver o que vai acontecer e, se o Congresso derrubar, é um problema do Congresso. Eu posso lamentar, mas eu tenho que acatar, tá?”
Veto de Lula
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O presidente vetou do projeto aprovado pelo Congresso o trecho que proibia a possibilidade de saída de presos do semiaberto para visitar familiares – uma das hipóteses mais comuns. Ou seja, manteve a possibilidade que já é prevista hoje em lei, e que tinha sido excluída pelos parlamentares.
Esse ponto é considerado por deputados e senadores como o “coração” da proposta. Ao fazer o veto, Lula aceitou uma recomendação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Agora, o veto volta à análise do Congresso, que pode manter a decisão de Lula ou restaurar o texto original.
O governo busca apoio de religiosos que atuam em presídios e de governadores para apelar aos parlamentares e manter o veto. A alegação é de que o fim das “saidinhas” pode causar crises e motins em presídios pelo país.
Já a oposição se articula para derrubar o veto. A previsão é que a medida seja analisada em sessão do Congresso prevista para esta quarta-feira (24).

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