Vírus conhecido como ‘Vassoura de bruxa’ foi encontrado em plantios de mandioca em terras indígenas do Oiapoque e também nos municípios de Amapá e Calçoene. Praga quarentenária da mandioca é registrada pela primeira vez no Brasil
Divulgação/Embrapa
A praga quarentenária conhecida como ‘Vassoura de Bruxa’ da mandioca foi registrada pela primeira vez no Brasil em plantios de três municípios do estado do Amapá, na região norte do estado: Oiapoque, Amapá e Calçoene.
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A praga foi encontrada pela primeira vez em terras indígenas por técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e em seguida nos outros dois municípios. O vírus foi detectado também na Guiana Francesa, que faz fronteira com Oiapoque. O governo do Amapá decretou estado de alerta aos três municípios.
Segundo a nota técnica da Embrapa, o transporte de produtos agrícolas entre as regiões pode ter espalhado o vírus, assim aumentando o risco de infecção em outras áreas. (Veja a nota técnica da Embrapa na íntegra)
O vírus causa uma redução na produtividade de mandioca, além de comprometer a qualidade dos produtos consumidos pela comunidade ou comercializados.
Conforme a Embrapa, a transmissão do vírus pode acontecer através de materiais de manuseio das plantas, como ferramentas de corte e poda, que estejam infectadas, além da movimentação de solo e água.
Aspectos da planta infectada:
A doença Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), leva o apelido por deixar a planta seca como uma vassoura de bruxa, deixando os ramos deformados, com nanismo, além da proliferação de brotos fracos e finos nos caules.
É comum após a evolução do vírus a presença da clorose, que deixa as folhas com uma aparência amarela esverdeada ou o ‘verde pálido’.
Em seguida vem a morte da gema apical, quando a temperatura é inferior à -2,2ºC, durante 3 horas, ou a morte descendente, quando todos os órgãos da planta são atingidos pela praga.
Praga ‘vassoura de bruxa’ deixa plantio de mandioca com aspecto amarelado ou verde claro
Divulgação/Embrapa
O vírus foi coletado e isolado por pesquisadores do Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (CIRAD/França), em parceria com o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT/Colômbia), pois os solos brasileiros afetados apresentas semelhantes aos atingidos na Guiana Francesa.
A Embrapa destacou ainda que é necessária a ação imediata dos órgãos competentes, para que medidas oportunas possam ser tomadas, para manejo e controle, até mesmo avançando para um melhoramento genético das sementes de mandioca.
Como diminuir o impacto do vírus?
Monitoramento e Vigilância: o monitoramento nos plantios identifica e evita a proliferação;
Quarentena: limita que os materiais infectados sejam transferidos para outro lugar;
Manivas Sadias: uso de manivas com saúde comprovada, que não desenvolvam patógenos;
Tratamento Químico: utilização de fungicidas específicos para controlar a dispersão;
Práticas culturais: queima das plantas doentes para reduzir as áreas afetadas;
Sanitização: higienizar corretamente ferramentes usadas para destruir as plantas infectadas, com água e detergente e em seguida a sanitização com solução de hipoclorito de sódio a 1,25%
Isolar roupas: roupas usadas nas visitas às áreas atingidas, devem ser colocadas em um saco e lavadas rapidamente;
Comunicar a população: publicações, vídeos, fotos devem esclarecer á população sobre a condição, sinais e modos de transmissão.
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