15 de novembro de 2024

Preço do alho sobe pelo segundo mês consecutivo e registra alta de 8,41% em Piracicaba; entenda

A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) aponta que outros alimentos como carne de primeira, salsicha avulsa e presunto fatiado também tiveram aumento significativo em julho. Alho registra aumento de 8,41% no preço em julho em Piracicaba
Alisson Silva/Divulgação
O preço médio do quilo do alho registrou um aumento de 8,41% em Piracicaba (SP), segundo o Índice de Cesta Básica (ICB). É o segundo consecutivo que o preço do produto sobe. Segundo os pesquisadores, o valor passou de R$ 35,08 em junho, para R$ 38,03 em julho.
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A pesquisa de preços dos produtos da cesta básica é feita todos os meses pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), com coordenação do professor e pesquisador do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, Carlos Vian.
📝Metodologia: o ICB coleta todos os meses o preço dos produtos da Cesta Básica em estabelecimentos de varejo e atacarejo, calcula uma média e faz uma análise da variação dos preços mês a mês.
Entre os produtos analisados, alguns tiveram aumento expressivo no valor, como é o caso do alho. O produto já tinha sofrido aumento de 21,72% em junho, passando ao preço de R$ 35,08. Em julho, o aumento se manteve, passando ao valor de R$ 38,03, um crescimento de 8,41%.
A tendência de crescimento tem ligação com o modo de produção do alho unido aos fatores climáticos extremos enfrentados durante o ano.
“Um dos principais fatores desse comportamento é a comercialização do alho ser feita cerca de 2 a 3 meses após sua colheita. Com isso, devido ao período de cura, grande parte da safra comercializada em julho passou por fortes chuvas nos meses de abril e maio. Isso comprometeu parte da safra, resultando em uma menor oferta por parte do produtor e causando um aumento no valor do produto”, explicam os pesquisadores.
Comparado ao mesmo período, o alho está atualmente 56,50% mais caro do que em 2023.
Batata
Freepik
Outros produtos
O valor do total da cesta teve uma queda de 1,06% no mês de julho, passando de R$ 1.069,39, registrado em junho, para R$ 1.058,07. O preço inclui, além de alimentos, produtos de higiene pessoal e também limpeza doméstica.
Outros alimentos além do alho também tiveram um aumento expressivo no preço: carne de primeira (10,80%), salsicha avulsa (10,73%) e presunto fatiado (8,45%).
A batata, que teve alta de mais de 20% por dois meses consecutivos, registrou queda de 21,92%. Segundo a pesquisa, o motivo é a intensificação da colheita da safra de inverno, na qual os produtores conseguiram ofertar o produto em maior escala, fazendo seu valor diminuir devido à quantidade disponível no mercado.
O extrato de tomate teve a maior variação da cesta, com queda de 24,27% no seu preço. O produto passou por altas nos últimos meses e a queda em julho ocorreu por questões climáticas.
“A primeira quinzena do mês de julho de 2024 foi marcada por temperaturas acima da média, resultando em uma maturação adiantada da safra de tomates. Com isso, os produtores puderam ofertar seus produtos mais cedo e em maior quantidade, o que resultou em uma diminuição dos preços no mês”, explica a pesquisa.
Maiores variações de alimentos da cesta básica em Piracicaba em junho
Já os outros grupos passaram por um aumento no mês de julho. Os produtos de limpeza doméstica aumentaram em 1,98%, passando de R$ 87,82 para R$ 89,56. O grupo de higiene pessoal também registrou aumento, com alta de 0,59%, passando de  R$ 115.47 para R$ 116,15.
Legumes
Freepik
Mais caro que cinco capitais
O preço da cesta básica calculado pelo ICB considera também itens de higiene pessoal e limpeza e usa uma metodologia própria desenvolvida pelos pesquisadores da Esalq.
Um outro levantamento, levando em conta apenas produtos alimentícios e contemplada pela metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que o valor em Piracicaba é maior do que em cinco capitais.
Segundo o estudo, a cesta básica em Piracicaba tem custo médio de R$ 595,38. Já na capital, em São Paulo, a cesta com os mesmos parâmetros de produtos e quantidades custa R$ 809,77 segundo o Dieese.
Das 18 capitais estudadas, Piracicaba tem a cesta mais cara que outras cinco: Salvador, Natal, João Pessoa, Recife e Aracaju.
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