14 de janeiro de 2025

Preço do aluguel residencial sobe 13,5% em 2024, quase o triplo da inflação; veja as cidades mais caras


Dados são do Índice FipeZAP, que acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras. Chances são de uma alta ainda maior em 2025. Novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024.
Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo
Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024, segundo dados do Índice FipeZAP divulgados nesta terça-feira (14). O resultado ficou 2,66 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando o avanço foi de 16,16%.
O aumento anual foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,83% no ano. Com isso, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 8,67%.
Paula Reis, economista do DataZAP, explica que o aumento acima da inflação está relacionado ao desempenho da economia brasileira — em especial ao mercado de trabalho, que segue forte.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre terminado em novembro, mostrou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
“Os dados de emprego são fator importante para o mercado de locação”, diz Reis. Na prática, quando um número maior de pessoas possui renda, a tendência é que haja uma maior procura por imóveis, o que colabora com a alta dos preços.
Segundo a economista, há chances de uma alta ainda maior em 2025 devido a dois fatores:
Projeções ainda otimistas para o mercado de trabalho;
Um mercado de venda de imóveis restrito em meio ao encarecimento do crédito imobiliário, que acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
LEIA MAIS
CASA PRÓPRIA: Preço de imóveis dispara quase 8% em 2024
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO: Caixa eleva os juros; entenda como era e como fica
INFLAÇÃO x VIDA REAL: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Vitória e Florianópolis são capitais com maior valor médio anunciado de imóveis do país
Alta nas cidades
O FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet.
De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não teve alta real no preço médio do aluguel: Maceió (AL), cujo aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação do ano.
Quando observadas apenas as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com os números, a capital baiana também lidera o ranking geral.
Veja na arte abaixo.
Avanço no preço do aluguel residencial em 2024
Arte/g1
Preço do aluguel
O preço médio dos novos contratos de aluguel, calculado para as 36 cidades, é de R$ 48,12/m², segundo dados de dezembro. Considerando essa base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 — quase R$ 279,50 acima do ano anterior (R$ 2.126,50).
A cidade mais cara da lista é Barueri (SP), onde o aluguel custa, em média, R$ 65,41/m². No caso de uma residência de 50 metros, o valor mensal no município é de, aproximadamente, R$ 3.270,50.
Quando consideradas as 22 capitais brasileiras medidas pelo índice, São Paulo (SP) lidera: R$ 57,59/m². Em seguida, estão Florianópolis (R$ 54,97/m²) e Recife (R$ 54,95/m²).
Considerando todos os 36 municípios monitorados, a capital paulista é a segunda mais cara, logo atrás de Barueri.
Enquanto isso, a cidade com o metro quadrado mais barato é Pelotas (RS), custando R$ 18,61, em média.
Veja o preço médio do aluguel por cidade (m²), conforme dados de dezembro:

Mais Notícias