22 de setembro de 2024

Prefeito de Rio Branco decreta emergência após erosão em estação de água ameaçar abastecimento

Decreto foi assinado nesta segunda-feira (8). Diretor do Saerb diz que estação deve ser transferida para outro local. Erosão ameaça ETA II em Rio Branco
Melícia Moura/ Rede Amazônica
A erosão causada pela queda brusca no nível do Rio Acre, após a cheia deste ano, tem ameaçado a Estação de Tratamento de Água (ETA II) e consequentemente o abastecimento da capital acreana. Nesta segunda-feira (8), o prefeito Tião Bocalom (PL) assinou um decreto de situação de emergência por causa da situação.
O decreto ainda deve ser publicado no Diário Oficial na terça-feira (9), mas terá duração de 180 dias e, segundo Bocalom, deve facilitar a compra de insumos para restaurar a estação de tratamento sem que seja necessário passar pelos processos normais de licitação.
“Facilita a gente comprar peças, comprar máquinas, comprar motores pra poder atender rapidamente”, disse.
Prefeitura decreta emergência após erosão avançar na ETA II
O prefeito alega que a situação da ETA é antiga e já seria conhecida há pelo menos 30 anos. Porém, só agora os problemas teriam chegado a um ponto crítico. Ele defendeu ainda o projeto de perfuração de poços para tentar diminuir a dependência que o abastecimento da capital tem do Rio Acre. “Não dá mais pra continuar dependendo do rio”, afirmou.
Ele disse ainda esperar que a partir do decreto o governo federal envie recursos para que o Município possa resolver o problema.
Mudança da ETA II
Enoque Ferreira, diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), ressalta que a erosão tem se agravado nos últimos dias.
“A cada dia movimenta 10 a 15 centímetros da lagoa [de captação] para o rio e isso está comprometendo nosso abastecimento. A gente tem que parar dia sim, dia não para poder arrumar uma rede, são três que levam para a lagoa”, explica.
Ferreira diz ainda que há um plano para mudar a estação de tratamento, que é responsável pelo abastecimento de 60% da capital acreana. “Está certo que não pode mais ficar ali a captação, temos que mudar o quanto antes. Senão vamos ficar reféns ali da natureza”, exclama.
Diretor do Saerb defende mudança da estação de lugar
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Problemas de abastecimento
Entre o começo de março e abril, a capital acreana teve problemas no abastecimento de água. Quase 50 bairros chegaram a ficar com o abastecimento comprometido.
O diretor do Saerb, no entanto, afirma que os problemas já foram resolvidos e que quaisquer dificuldades que os usuários do sistema estejam sentido são pontuais e não teriam nada a ver com a captação.
“Vez por outra para por duas, três horas para recuperar a tubulação, mas não para totalmente”, finaliza.
Colaborou Melícia Moura, da Rede Amazônica Acre.

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