5 de fevereiro de 2025

Prefeitura de Rio Preto afasta médica alvo de processos administrativos por suspeita de descumprir normas


Merabe é médica concursada do município e presidente do Sindicato dos Médicos. Portaria foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (4). Secretaria de Saúde e a médica não retornaram aos questionamentos do g1. Prefeito afasta a médica Merabe Muniz em Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
A Prefeitura de São José do Rio Preto (SP) afastou a médica Merabe Muniz Diniz Cabral das atividades nas unidades de saúde do município enquanto é alvo de processos administrativos. A portaria foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (4).
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Merabe, que é concursada do município e presidente do Sindicato dos Médicos de Rio Preto, responde a dois processos administrativos. Ela ficará afastada do cargo até a conclusão do procedimento. O resultado pode levar à exoneração da médica.
“Determino o afastamento do (a) referido (a) servidor (a) público até a conclusão do presente Processo Administrativo Disciplinar”, diz a publicação no Diário Oficial.
Um dos processos aponta que a médica é sócia de uma empresa em Fernandópolis (SP), que tem contratos com o governo de São Paulo, o que é proibido pelo estatuto do servidor.
A outra investigação diz respeito a um suposto descumprimento a normas como a de “promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição”.
O g1 questionou a médica bem como a Secretaria de Saúde sobre o caso.
Em nota, Merabe informou que desde que abriu processo contra o prefeito e o secretário de Saúde, Rubem Bottas, por calúnia e difamação, vem sofrendo perseguição política. “Estão tentando me desqualificar por estar expondo as péssimas condições de gestão em saúde pública”, escreveu a médica.
A Prefeitura de Rio Preto informou, por meio de nota, que, como medida cautelar, o secretário municipal de Administração, Adilson Vedroni, determinou o afastamento da médica Merabe Muniz até o término das trabalhos da Comissão Processante. Segundo o poder público, esse tipo de afastamento é previsto em lei.
Irregularidades no trabalho
Na segunda-feira (3), a prefeitura anunciou que enviou um relatório ao Ministério Público (MP) com as denúncias de supostas irregularidades nas jornadas de trabalho de profissionais de saúde nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade.

As possíveis irregularidades na jornada de trabalho de cinco médicos plantonistas são investigadas em um inquérito aberto pela Polícia Civil. Entre as denúncias feitas por ele, está a de que supostamente a demora no atendimento é estimulada pelo Sindicato dos Médicos.
O prefeito Coronel Fábio Candido (PL) levou o caso à polícia, registrando um boletim de ocorrência contra a presidente do sindicato, Merabe Muniz. A mulher deixou o cargo de coordenadora da urgência e emergência da cidade.
De acordo com ela, entretanto, os médicos, inclusive, têm atendido um número acima da média estabelecida na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), de três pacientes por hora nos serviços de emergência.
O inquérito também investiga profissionais suspeitos de fraudar o sistema de ponto e não cumprir a jornada de trabalho nas UPAs, configurando prevaricação, que ocorre quando um funcionário público comete um crime contra a administração pública por interesse pessoal.
Duas médicas investigadas, que trabalhavam de forma terceirizada por meio de um convênio com a Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme), foram demitidas.
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