Em dez meses, dinheiro do Tesouro para o programa de compensações tarifárias já passou o de todo ano passado, que foi de R$ 5,3 bilhões. Prefeito Ricardo Nunes (MDB) deve decidir nesse mês de dezembro se mantém tarifa congelada em R$ 4,40 pelo 5° ano consecutivo. Passageiros esperam ônibus em ponto lotado da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
Fernando Frazão/Agência Brasil
O gasto da Prefeitura de São Paulo com subsídios pagos às empresas de ônibus da capital paulista atingiu R$ 5,6 bilhões no último mês de outubro e, em dez meses de 2024, já passou o desembolsado no ano passado, R$ 5,3 bilhões.
Isso significa que, até o fim deste ano, o valor do subsídio gasto pela gestão Ricardo Nunes (MDB) com o sistema de transporte da cidade deve superar a barreira dos R$ 6 bilhões e ser o maior da história da cidade pelo 4° ano seguido.
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Segundo dados divulgados pelo site de transparência da SPTrans, entre janeiro e outubro deste ano, o total aplicado pelo tesouro municipal no sistema municipal de transporte público da capital chegou a R$ 5,640 bilhões.
Nos mesmos dez meses do ano passado esse valor tinha sido de R$ 4,644 bilhões. Aumento de 21,4% no período, sem correção monetária.
Em todos os 12 meses do ano passado, a prefeitura desembolso igualmente o valor de R$ 5,3 bilhões para manter o sistema funcionando na capital paulista.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, informou que mantém a tarifa congelada em R$ 4,40 há quatro anos, o maior período desde o Plano Real.
“Além disso, outras medidas importantes são viabilizadas pelo subsídio tarifário, como o programa Domingão Tarifa Zero, que já beneficiou mais de 150 milhões de pessoas, a integração gratuita entre ônibus, o desconto na integração com o sistema sobre trilhos e o embarque gratuito para 950 mil idosos, 750 mil estudantes e 300 mil pessoas com deficiência. É importante considerar ainda que os custos do sistema foram impactados pela pandemia de Covid-19, que reduziu a demanda e a arrecadação”, diz a nota.
Para 2025, o Projeto de Lei Orçamentária Anual prevê R$ 6,4 bilhões para subsídio tarifário.
Subsídio pagos às empresas de ônibus
2024: R$ 5,640 bilhões (até outubro)
2023: R$ 5,3 bilhões
2022: R$ 5,1 bilhões
2021: R$ 3,4 bilhões
2020: R$ 3,3 bilhões
2019: R$ 3,1 bilhões
2018: R$ 3,3 bilhões
2017: R$ 2,9 bilhões
2016: R$ 2,5 bilhões
Fonte: SPTrans
Reajuste da tarifa
Passageiros embarcam em ônibus em ponto lotado na Luz, no Centro de São Paulo.
Fernando Frazão/Agência Brasil
O aumento do subsídio acontece justamente pelas gratuidades, que cresceram após a adoção do programa “Domingão Tarifa Zero” pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), além do congelamento da tarifa de ônibus na cidade, que desde janeiro de 2020 custa dos mesmos R$ 4,40.
Após ser reeleito em outubro, Nunes disse ao Bom Dia SP que vai se encontrar com a equipe técnica nesse início de dezembro para definir se manterá a tarifa congelada pelo 5° ano consecutivo.
“Em dezembro, eu sento com a minha equipe para tomar uma decisão. Se a gente consegue manter – é a minha vontade – ou se não consegue manter e explicar o motivo de não manter”, afirmou.
“Minha ideia é manter [a tarifa em R$ 4,40], mas eu não poderia ser irresponsável sem antes olhar todos os dados, dissídios de funcionários, valor do diesel, todo o custo, para saber se a gente pode manter. Porque eu não posso tirar da saúde, da educação, da habitação. Preciso governar mantendo todas as pastas equilibradas”, declarou o prefeito.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anda de ônibus no primeiro domingo de gratuidade do ‘Domingão Tarifa Zero’
Leon Rodrigues/SECOM/Divulgação/PMSP
Gastos com subsídios em SP / Mês a mês
Passageiros fazem fila para embarcar em ônibus na região da Luz, Centro de São Paulo.
Fernando Frazão/Agência Brasil