Documento com as medidas ainda não foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). Até esta quinta-feira (28), segundo a Defesa Civil municipal, choveu 19,9 milímetros este mês
Andryo Amaral/Rede Amazônica
A prefeitura de Rio Branco assinou, nesta sexta-feira (28), O decreto de emergência em razão do baixo nível do Rio Acre e da falta de chuvas na capital acreana. O documento com as medidas, no entanto, ainda não foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).
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O anúncio foi feito pelo prefeito Tião Bocalom em entrevista coletiva. Segundo o gestor municipal, são atendidas 32 comunidades com abastecimento de água durante este período de seca. Até esta quinta-feira (28), segundo a Defesa Civil municipal, choveu 19,9 milímetros este mês, sendo que a média de chuvas para a época é de 60 milímetros.
“Este ano nós começamos a atender no mês de junho, em função de que começou a faltar água muito mais cedo. Agora não são mais de dez comunidades, são 32 comunidades que a gente está atendendo”, disse.
Bocalom falou ainda sobre algumas comunidades rurais que estão recebendo abastecimento, como é o caso da Vila Verde. Ele disse que o fornecimento de água na região é feito por meio de caminhões-pipa
“Então essas comunidades maiores, como no Panorama também, outra comunidade grande que tem problemas seríssimos de água, a gente também está com um estudo para perfurar poço ali para resolver de uma vez por todas [o problema], então é uma questão de tempo”, complementou.
Rio Acre marcou 1,78 metros na manhã desta sexta-feira (28) em Rio Branco
Melícia Moura/Rede Amazônica
Na ocasião, o coordenador da Defesa Civil municipal, tenente-coronel José Glácio, disse que a coordenadoria está atuando para atenuar os efeitos da seca antecipada.
No último dia 15 de junho, segundo ele, iniciou o abastecimento na zona rural. Atualmente, reforçou que há 14 caminhões com capacidade de 6 mil a 18 mil litros de água abastecendo as 32 comunidades.
“A comunidade urbana tem o costume de usar a água de maneira indevida, lavando calçadas, lavando carros, abastecimentos de piscina, trocando a água sem necessidade, então nós temos que ter esse cuidado, porque a seca promete ser mais rigorosa do que o ano de 2015, que foi o ano que foi registrado a maior seca aqui de Rio Branco”, frisou.
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Contingência
O governo do Acre montou um gabinete de crise para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais. O decreto com a criação deste grupo foi publicado nesta quarta-feira (26), em edição do Diário Oficial do Estado (DOE), e fica em vigência até dia 31 de dezembro deste ano.
O Acre decretou, no dia 11 de junho, emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais. O decreto de nº 11.492 foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e é válido para os 22 municípios acreanos.
Emergência climática
O estado também decretou emergência, assinada no dia 11 deste mês e que tem validade até o fim deste ano. O decreto aponta para o baixo índice de chuvas para o período, aumento das temperaturas e queda nos percentuais de umidade relativa do ar, além do alerta para possível desabastecimento. A situação alerta para uma possível seca antecipada, já que no ano passado, o decreto de emergência foi publicado em outubro.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o Rio Acre, principal afluente do estado, está com uma média de vazante de 5 centímetros por dia, e que há chances de ocorrer chuvas. No entanto, são rápidas e passageiras, o que pode contribuir para que cotas mais baixas sejam registradas neste mês e em julho. Nesta sexta-feira (28), o manancial marcou 1,78 metros às 6h.
“Tem uma previsão de temperaturas mais altas durante esse período, então o somatório disso tudo é a vegetação mais seca e aí, vem uma maior probabilidade de incidência de incêndios florestais. Quando se deflagra o incêndio florestal, a tendência é de se propagar com maior rapidez. Nós temos redução dos mananciais e com essa redução, dificulta um pouco a captação de água. Então há todo esse problema na agricultura, na pesca”, complementou.
Ainda segundo Batista, um plano estadual de contingenciamento foi elaborado para este período de seca.
“Toda a estrutura da defesa civil estadual, todo o sistema estadual da defesa civil está de prontidão. Nós já temos o nosso plano de contingência já elaborado, anexo a esse plano, o plano das 22 coordenadorias municipais de defesa civil, para o enfrentamento dessas ações”, complementou.
Seca antecipada
Pouco mais de dois meses após o Rio Acre, em Rio Branco (AC), alcançar a segunda maior cota histórica e atingir mais de 70 mil pessoas com uma enchente devastadora, o manancial chegou a ficar abaixo dos 4 metros desde o início de abril.
A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
É preciso entender ainda que as chuvas na região precisam estar dentro da normalidade para o rio poder correr normalmente, o que não está sendo o caso do Rio Acre.
Rio Acre marcou 1.40 metro em 2023 em Rio Branco
Ana Paula Xavier/Rede Amazônica Acre/Arquivo
O ano em que o manancial apresentou a menor marca histórica foi em setembro de 2022, quando marcou 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio.
O mesmo quadro foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca. Em 17 de setembro, o rio atingiu a menor cota histórica da época: 1,30 metro.
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