Segundo a prefeitura, o empreendimento será demolido e a área será usada para criação de um projeto cultural implementado ao Terreiro da Casa Branca. Terreno ao lado de Terreiro Casa Branca será desapropriado em Salvador
A Prefeitura de Salvador determinou a desapropriação da construção irregular que ameaça o Terreiro da Casa Branca –templo candomblecista mais antigo do Brasil, que fica no bairro da Federação, na capital baiana. A Casa foi também foi a primeira tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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A decisão foi publicada no Diário Oficial na sexta-feira (19). Segundo o secretário de Cultura, Pedro Tourinho, após a desapropriação do prédio – que conta com oito unidades – o terreno, que é de um policial militar, será demolido, e a área vai ser usada para a criação de um projeto cultural que será implementado ao terreiro.
Os moradores do prédio deverão ser indenizados durante o processo de desapropriação. Ainda não há uma previsão para que a construção seja derrubada.
Membros do terreiro denunciam construção desde 2021
Integrantes do terreiro mais antigo do Brasil denunciam medo de obra na BA desabar
Casa Branca – Ilê Axé Iá Nassô Ocá
Os membros do Terreiro da Casa Branca denunciam a construção irregular e invasões no território desde 2021. Especialistas ouvidos pelo g1, em março do ano passado, encontraram várias irregularidades na estrutura, como:
Falta de engenheiro para projetar prédio;
Ausência de projeto arquitetônico e estrutural.
Descontinuidade em dois pilares;
Construção de pavimentos além da capacidade da fundação
Ausência de alvará de construção
Em setembro do ano passado, a Justiça determinou a demolição da construção após pedidos do Iphan e a Procuradoria Federal (AGU). No entanto, a decisão foi revogada.
Terreiro da Casa Branca
Terreiro da Casa Branca é o mais antigo de Salvador
Egi Santana/G1
O Terreiro da Casa Branca foi fundado no século XIX. O primeiro local sede do espaço sagrado ficava na Barroquinha, entre 1820 e 1830. Depois disso, o templo sagrado foi transferido para o Engenho Velho da Federação, no período entre 1860 e1870, e está lá desde então.
O Casa Branca foi o primeiro primeiro centro religioso não-católico a ser reconhecido como patrimônio pelo Ministério da Cultura (Minc). Típico terreiro jeje-nagô, ele é considerado ainda a matriz da nação nagô.
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