Com o nascimento prematuro aos 29 semanas, os trigêmeos enfrentaram semanas de cuidados intensivos e, hoje, superam as barreiras da prematuridade com a esperança de um futuro saudável. Dia Mundial da Prematuridade: histórias de quem lutou desde os primeiros minutos de vida
Novembro é o mês de conscientização sobre os cuidados com bebês prematuros. Para marcar a data, o Cristo Redentor foi iluminado com a cor roxa, que simboliza a conscientização, neste dia 17.
Cerca de 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil a cada ano, o que representa 12% de todos os partos no país.
O Fantástico deste domingo (17) contou a história de um casal que enfrenta esse momento delicado e também reencontrou uma garotinha que nasceu há dois anos pesando 335 gramas.
Ao longo de seis anos, Brenda enfrentou dois abortos espontâneos e duas gestações tubárias, até ser diagnosticada com trombofilia, uma condição que aumenta os riscos na gravidez. Foi então que ela e o marido, João, decidiram recorrer à fertilização in vitro.
Foram implantados dois embriões, uma técnica que aumenta as chances de sucesso, mas também o risco de uma gravidez múltipla.
“No quinto dia, eu comprei o teste de farmácia. E fiz, e deu lá, positivo”, contou.
“A gente entrou para fazer ultrassom. O médico olhou e falou que eram gêmeos. Começamos a comemorar. Aí ele virou o aparelho e falou, não, pera, e disse: ‘Brenda, não são dois, são três’. Eu só não desmaiei naquele momento porque eu estava deitada”, completou.
Um dos embriões se dividiu em dois, formando gêmeos univitelinos. Assim, Brenda ficou grávida de dois meninos idênticos, e o terceiro bebê era uma menina.
Tudo corria bem com os trigêmeos até a 16ª semana de gestação, quando Brenda começou a perceber algo estranho. “Eu estava em casa quando, de repente, senti um líquido escorrer”, disse Brenda. Ela enviou uma mensagem para o médico e foi orientada a ir para a maternidade.
Ela foi diagnosticada com bolsa rota, que ocorre quando há ruptura da membrana que envolve o bebê. Um dos três fetos estava perdendo líquido amniótico e corria o risco de não sobreviver.
Brenda ficou 13 semanas internada na UTI neonatal, quase metade do tempo da gravidez. No dia 13 de setembro, com apenas 29 semanas de gestação, seus filhos nasceram.
Após o nascimento, os trigêmeos precisaram superar as primeiras barreiras. Com pouco mais de 1 kg, eles receberam cuidados intensivos. A menina ficou entubada por 14 dias, mas foi a primeira a ter alta, no dia 9 de novembro.
“Eu fiquei muito surpresa quando falaram que ela ia ser a primeira a ser liberada, porque ela teve tantos problemas”, contou a mãe.
O momento mais difícil já passou. Em breve, a família estará completa. Mais de dois meses após o nascimento, Gabriel tem alta prevista para a próxima terça-feira.
Principais causas
Segundo Ednéia Vaciloto Lima, coordenadora da UTI Neonatal Pro Matre Paulista, todo bebê que nasce antes de 37 semanas é classificado como prematuro. Se nascer entre 34 e 36 semanas, próximo das 37, será considerado prematuro tardio.
Quando perguntada sobre as principais causas da prematuridade, a médica afirma que são a “hipertensão materna, o diabetes — que pode ser gestacional —, as gestações gemelares e trigemelares, além de doenças vasculares, que também precisam ser investigadas”.
“O que é muito importante é o acompanhamento com o ótimo pré-natal, desde o início da gestação”, recomenda.
Bebês prematuros podem enfrentar sequelas neurológicas, respiratórias, além de dificuldades para se alimentar e se desenvolver. É fundamental um acompanhamento médico contínuo para garantir uma evolução saudável e minimizar esses riscos.
São cuidados que os pais de Emanuelly Yasmin conhecem bem. Ela foi o menor bebê nascido em um hospital público no Brasil em 2022. Com 26 semanas de gestação, a menina pesava 335 gramas e media 25 centímetros.
“Ela não tem sequela nenhuma. Nenhuma, graças a Deus. A partir do primeiro momento que a médica me falou que ela só tinha 2% de chance de vida. Nossa, meu mundo caiu ali na hora, né?”, contou a mãe.
“Hoje, ela está com 5,460 kg. O peso dela ainda é um pouco mais lento, né?”, disse a mãe. Mas espero que ela olhe para trás e pense: ‘Eu passei por tudo isso, venci e vou vencer muito mais'”, completou o pai.
Ouça os podcasts do Fantástico
ISSO É FANTÁSTICO
O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1, Globoplay, Deezer, Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts e Amazon Music trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo.
PRAZER, RENATA
O podcast ‘Prazer, Renata’ está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito. Siga, assine e curta o ‘Prazer, Renata’ na sua plataforma preferida.
BICHOS NA ESCUTA
O podcast ‘Bichos Na Escuta’ está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito.