Caso está no TSE. Ex-vice presidente diz ter sido obrigada a renunciar para não “frequentar cemitério”. Defesa de Avalanche diz que “alegações são vazias e destituídas de provas”. Leonardo Avalanche, presidente do PRTB
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Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, responde ação na Justiça Eleitoral na qual é acusado de coação, ameaça de morte, fraude e suborno.
A ex-vice presidente do partido, Rachel Carvalho, é a principal patrocinadora da ação. Ela afirma, ao lado de outros ex-dirigentes, que foi ameaçada de morte por Avalanche para renunciar ao cargo. Assim, ele poderia entregar o posto a pessoas de sua proximidade.
Rachel registrou boletim de ocorrência e lavrou depoimento em cartório, assim como outros ex-dirigentes do PRTB. Ela também anexou ao caso conversas de WhatsApp com auxiliares de Avalanche, na qual relata ter sido ameaçada.
O processo, com os depoimentos e as cópias de conversas no aplicativo de mensagens, foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 19 de julho e corre sob sigilo. A relatoria do caso foi sorteada ao ministro Nunes Marques, mas em função do pedido de liminar feito em julho, ficou nas mãos da presidente da corte, a ministra Cármen Lúcia.
Avalanche já foi gravado dizendo ter proximidade com o PCC. Ele também foi flagrado embarcando em aeronave com pessoas apontadas como integrantes do crime organizado. Ele é o presidente do partido pelo qual Pablo Marçal disputa a Prefeitura de São Paulo.
No depoimento à polícia, Rachel Carvalho disse ter sido procurada por uma interlocutora de Avalanche. Na conversa, a enviada teria dito que ela deveria renunciar “sob pena de frequentar mais o cemitério”.
Em outro depoimento, lavrado em cartório, Rachel relata uma conversa que teria tido a sós com Avanlanche. Segundo ela, o dirigente do PRTB disse que “quando ele pedisse para ela pegar sua vara e ir pescar, era para ela se despedir de seus familiares”.
Rachel afirma que não foi a única a ser obrigada a pedir desfiliação. No mesmo termo de declaração, ela diz que a já mencionada emissária de Avalanche lhe apresentou uma lista com nomes de outras pessoas que teriam de deixar postos no partido.
Segue a transcrição que está no processo: “Todos que estão nessa lista precisam fazer a renúncia. Eu tenho ordem de conseguir elas de qualquer jeito”, teria dito a mulher. E segue a transcrição: “E a mesma escreveu num papel a palavra VIDA e indagou: ‘Você se importa com isso delas?'”
Ata notarial com declaração de Rachel de Carvalho
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Boletim de Ocorrência contra o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche
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A defesa de Avalanche diz que os documentos apresentados por Raquel são unilaterais e pede a rejeição da ação. “A autora alega, sem provas concretas, que a renúncia teria ocorrido sob circunstâncias de coação e violência política de gênero, buscando, assim, invalidar um ato que foi realizado de forma voluntária e consciente”.
Ainda no processo, os advogados do presidente do PRTB afirmam que desde que ele assumiu o partido é alvo de “diversas acusações levianas, calúnias e difamações, sem qualquer respaldo em provas concretas, foram levadas ao TSE por membros insatisfeitos”.
“As alegações vazias e destituídas de elementos probatórios não podem ser utilizadas para desconstituir a validade de um ato jurídico perfeito, especialmente quando esse ato foi realizado de forma regular e sem qualquer indício de irregularidade. Assim, deve-se rejeitar essa acusação por falta de provas, preservando-se a integridade e a legitimidade do processo decisório interno do partido”, afirma a defesa de Avalanche.
Rachel pede ao TSE que Leonardo Avalanche seja afastado da presidencia do PRTB. Ela está no partido desde os tempos de Levy Fidelix.