Foto mostra a tatuagem da suástica, símbolo relacionado ao Partido Nazista Alemão, estampada no peito do homem preso por invadir a casa da mãe e agredi-la em Bertioga (SP). A idosa sofreu traumatismo craniano e politrauma e morreu em um hospital. Preso por matar a mãe de 80 anos no litoral paulista tem suástica tatuada no peito
Reprodução
O homem de 46 anos preso em flagrante por matar a mãe, de 80, e que disse à PM ter cometido o crime por ordem de um ‘santo’, tem uma suástica [símbolo relacionado ao Partido Nazista Alemão] tatuada no peito. A idosa foi espancada por ele na casa onde morava, em Bertioga (SP), e morreu após ser internada com traumatismo craniano e politraumana em um hospital em Guarujá (SP).
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O crime aconteceu no bairro Indaiá. O homem morava em uma edícula atrás da casa da mãe, mas invadiu a residência da idosa para agredi-la. A vítima foi socorrida via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital de Bertioga e, depois, transferida ao Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá, onde morreu.
Uma imagem, obtida pelo g1 neste sábado (8), mostra o suspeito dentro de uma delegacia, logo após ser detido. Sem camisa, ele apresenta uma suástica, em tinta preta, tatuada no peito. Conforme registrado em boletim de ocorrência, o homem foi preso pela PM aparentando estar ‘alterado’ e falando coisas sem sentido. Neste momento, ele disse aos agentes ter agido por ordem de um ‘santo’.
O g1 não localizou a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que apura o caso.
Suástica e a lei brasileira
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Ao g1, o advogado criminal Mario Badures explicou que, apesar da Constituição Brasileira garantir que qualquer cidadão possa expressar aquilo que pensa, este não é um direito absoluto, ou seja, encontra limitações dentro da Lei Maior.
O profissional citou a Lei 7.716/1989, que classifica como crime o induzimento ou incitação à discriminação. Veja detalhes abaixo:
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa – ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meios de comunicação social.
Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
O advogado ressaltou que, no caso do suspeito de ter matado a mãe, “por mais absolutamente desprezível que seja a tatuagem de tal símbolo, por tudo o que ele representa, não existiu, a princípio, e em tese, alguma das condutas previstas pelo dispositivo legal acima mencionado”.
Por fim, Badures concluiu que “por mais abjeta que seja a situação, o episódio [a tatuagem] não é uma situação criminosa, não sendo possível de ser utilizada no caso, já absurdo, envolvendo o falecimento da genitora, aparentemente causado pelo próprio filho”.
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Atacou a mãe por ordem de ‘santo’
Dois vizinhos, um homem e uma mulher, relataram à polícia terem ouvido a idosa gritando por socorro. “Ai minha cabeça”, berrava ela. Do lado de fora da casa, o homem gritou que iria “dar tiro” no agressor, na tentativa de fazê-lo parar o ataque contra a mãe, enquanto acionava a PM.
Conforme registrado no boletim de ocorrência, obtido pelo g1, o vizinho arrebentou o portão e, junto com a mulher, entrou na casa da idosa. Eles imobilizaram o suspeito e amarraram os pés e mãos dele até a chegada da Polícia Militar.
Mulher foi espancada e morta por filho em casa, em Bertioga (SP)
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No BO, a corporação reforçou que o agressor estava alterado, falando coisas sem nexo, quando revelou ter agredido a mãe por ordem de um ‘santo’.
Desde a data do crime, que aconteceu no último sábado (1º), a vítima permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HSA com quadro de politrauma e traumatismo craniano. Ela morreu na unidade de saúde na terça-feira (4).
De acordo com a SSP-SP, o caso foi registrado como dano, violência doméstica, ameaça, tentativa de feminicídio e comunicação de óbito pela Delegacia de Bertioga.
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