16 de janeiro de 2025

Procuradoria-Geral do Estado pede que polícia investigue invasão de manifestantes na Assembleia Legislativa do Paraná

Sede do Legislativo foi invadida durante protestos contra projeto que propõe terceirização da gestão de colégios. Sindicato que representa educadores do estado diz que governo quer criminalizar mobilização. Procuradoria-geral do Estado pede que Polícia Civil investigue invasão da Alep
A Procuradoria-Geral do Estado do Paraná (PGE) pediu que a Polícia Civil investigue a invasão de manifestantes na Assembleia Legislativa no dia 3 de junho, durante protestos contra a votação de projeto que libera a terceirizar a gestão administrativa de 204 colégios estaduais.
A proposta foi aprovada pelos deputados e sancionada pelo governador Ratinho Junior (PSD). Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), consultas públicas serão realizadas nas instituições de ensino, que vão decidir se querem adotar o modelo.
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Na representação encaminhada à polícia, a Procuradoria classificou o comportamento dos manifestantes como “conduta antidemocrática”.
De acordo com a PGE, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) teria incitado a invasão, “visando a paralisação da Assembleia Legislativa”.
No dia em que o projeto foi discutido, a presidência do Legislativo autorizou apenas um grupo a entrar, mas professores, servidores e alunos da rede estadual derrubaram um portão.
Polícia Civil está analisando imagens de câmeras que flagraram invasão na Alep
Reprodução/RPC
Em seguida, eles quebraram uma porta de vidro e ocuparam as galerias da Casa.
“Não concordar faz parte da democracia. Agora, impedir o exercício dos poderes constituídos e incentivar o descumprimento de decisões judiciais, pra mim isso não é democracia”, comentou o procurador-geral do Estado, Luciano Borges.
Segundo a Procuradoria, se for comprovada a tentativa de impedir o exercício do poder pela Assembleia, a conduta dos manifestantes pode ser enquadrada como emprego de violência ou grave ameaça para abolir o Estado Democrático de direito.
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Sindicato diz que ocupação não impediu votação
De acordo com a presidente da APP Sindicato, Walkíria Olegário, a ocupação nas galerias não prejudicou o funcionamento da sessão da Assembleia, e que também não houve ato antidemocrático.
“Não houve a paralisação dos atos, mesmo com a entrada dos manifestantes. O plenário ficou preservado, os deputados é que preferiram se retirar e participar da sessão de forma remota. Há uma clara intenção de criminalizar do movimento perante a sociedade paranaense” avaliou.
Professores forçam entrada e invadem Alep em mobilização contra projeto de terceirização
O inquérito será conduzido pelo Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (Cope) e tem 30 dias para ser concluído.
A polícia não passou mais detalhes de como está a investigação, mas disse que testemunhas já começaram a ser ouvidas e que, nesse momento, o trabalho se concentra na análise de imagens.
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