Fruta é semelhante ao abacate comum, mas em tamanho reduzido e preços vantajosos para agricultores. Produtores do Paraná apostam no avocado para exportação
A árvore é muito parecida com as das espécies de abacate comum. O manejo e os custos de produção também são semelhantes. Já o tamanho da fruta é diferente: um avocado no ponto de colheita pesa entre 200 e 350 gramas. O tradicional passa de 1 quilo.
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Em 2020, com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, fruticultores de Assaí, São Sebastião da Amoreira e Nova América da Colina, no norte do estado, resolveram plantar pequenos pomares e se surpreenderam com a adaptação ao clima.
“É chuvoso no verão, no inverno um pouco mais seco, porém é frio, e o avocado precisa de temperatura baixa para dar uma boa florada e consequentemente uma boa produção depois”, explica o engenheiro agrônomo do IDR-PR Ciro Marcoline.
Avocado é aposta do Paraná para a exportação
Reprodução/RPC
Os pés de avocado de uma propriedade em Assaí foram plantados há apenas quatro anos. Esta já é a segunda colheita.
Cada pé está produzindo em média 50 quilos da fruta, mas o objetivo do produtor é aumentar a produtividade.
“Nós queremos chegar a 80 a 90 quilos por planta, para ter uma produtividade média acima de 15 toneladas por hectare”, detalha o agricultor Claudio Koguissi.
Ele explica que os abacateiros ainda vão crescer para as laterais. Podas são necessárias para que os galhos não fiquem altos demais – o que dificulta a colheita.
O produtor, que cultiva avocado em uma área antes ocupada por café, quer mais espaço para o mini abacate.
“Estou com quase 500 pés plantados e estou querendo plantar mais uns 150, 200 pés este ano ainda. A remuneração do café hoje está muito baixa, tem problema de seca que tem afetado bastante, aumenta as pragas e doenças. Eu tenho área de café ainda, mas a tendência é diminuir e ficar com bem pouco”, conta.
O interesse vem da rentabilidade. Koguissi diz que está ganhando três vezes mais com o avocado quando comparado ao café. A diferença também é grande com relação ao abacate comum.
No quilo do avocado, o produtor recebe R$ 8; já no do abacate comum, recebe R$ 1,50.
“R$ 1,50 nos abacates bons. Se for uma variedade mais aguada, é R$ 1. Eu espero que eu possa ganhar muito dinheiro com esse avocado ainda”, diz Koguissi.
Avocado pesa entre 200 e 350 gramas
Reprodução/RPC
O dinheiro que já está entrando vem de longe: os consumidores são europeus.
“O mundo come o abacate salgado e o Brasil é o único que come doce”, diz o engenheiro agrônomo Juliano Campos Feijó. “[Aqui não tem saída do avocado], tanto que exportamos toda a nossa produção.”
Nesta safra, os três municípios devem colher 80 toneladas da fruta em 20 hectares. É colher e exportar – mas para vender lá fora, é preciso cumprir uma série de exigências.
Não pode fazer colheita logo depois da chuva, porque a fruta deve estar bem seca. O uso da tesoura é essencial para manter a haste e evitar o apodrecimento precoce. As caixas precisam estar protegidas do sol para que as frutas não queimem e o controle de pragas e doenças com produtos químicos é limitado.
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“É bem criterioso, principalmente pela [exigência] de não ter resíduo”, Feijó diz. “Fazemos análise de resíduo de 70 a 90 dias do prazo de quando começa a colheita, para não haver resíduo lá na Europa. Se tiver resíduo, eles não aceitam, devolvem a carga.”
Do campo, as caixas de avocado são levadas até uma cooperativa de fruticultores em Nova América da Colina que transporta tudo para Bauru, interior de São Paulo. Lá, são feitas a classificação e a exportação das frutas.
O produtor Edson Gudi, que também leva seus avocados para a cooperativa, quer ampliar, ainda este ano, a cultura dos atuais 5 hectares para 6,5 hectares, totalizando 1.500 pés.
“Esse preço é bem diferenciado, porque estamos trabalhando com o mercado externo, porque o mercado interno ainda não tem [muito], o consumo é pequeno. Todo esse trabalho acaba remunerando o produtor nesse sentido”, diz.
O desafio da cooperativa agora é apresentar a fruta ao paladar dos brasileiros.
“Esse é o mercado que nos interessa também, o mercado interno. O brasileiro tem que comer coisa boa e nós temos tudo para oferecer um produto de ótima qualidade e garantia”, diz o produtor e presidente da cooperativa, Natanael Francisco de Melo. “
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