Docentes paralisaram atividades nesta segunda (29). Servidores técnico-administrativos da Universidade Federal Rural de Pernambuco estão em greve desde 11 de março. Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife
Pedro Alves/g1
Os professores da Universidade Federal de Rural Pernambuco (UFRPE) entraram em greve a partir desta segunda-feira (29). A categoria aderiu a uma mobilização nacional que reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
No estado, os servidores técnico-administrativos da UFRPE e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão em greve desde 11 de março. Os servidores administrativos do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) também aderiram à paralisação no dia 3 de abril junto com os professores (veja detalhes mais abaixo).
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp.
Ao menos, 52 universidades e 79 institutos federais no Brasil estão em greve, de acordo com um levantamento realizado pelo g1 (saiba o que diz o governo federal sobre as reivindicações da categoria).
Segundo a Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), que lidera o movimento grevista na universidade, a greve foi aprovada em duas assembleias. A primeira foi realizada na Unidade Acadêmica de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, em 24 de abril, e a segunda na sede da Aduferpe, no Recife, no dia seguinte.
Greve das federais reflete década de desfinanciamento e demandas reprimidas
Em Serra Talhada, os professores decidiram pela paralisação, com 47 votos favoráveis, 6 contrários e 2 abstenções. Já na capital pernambucana, 141 docentes votaram a favor da greve, 10 foram contra e um se absteve.
Segundo a Aduferpe:
O governo federal negou reajuste para 2024 e ofereceu 4,5% para 2025 e o mesmo percentual para 2026;
Os professores da UFRPE tentaram negociar um reajuste de 22,71% ao longo de três anos;
A proposta da categoria é que esse reajuste reivindicado seja dividido em três parcelas iguais de 7,06%, com pagamento a partir de maio de 2024;
O governo federal não aceitou a proposta e “segue sem ceder para um aumento neste ano”.
Diante desse impasse, a duração da greve é imprevisível. Procurada pelo g1, a UFRPE informou que a adesão à mobilização é uma decisão individual de cada professor, então não há nenhuma alteração oficial no calendário acadêmico da universidade.
Governo federal
O g1 entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira para obter uma resposta sobre as reivindicações dos professores da UFRPE, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Em nota divulgada no dia 22 de abril, o governo federal informou que:
A última proposta apresentada, em 19 de abril, concede aos servidores um reajuste de, no mínimo, 23% para as carreiras de técnicos e de docentes, considerando o aumento de 9% dado em 2023;
Para os técnicos, foi oferecido um reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e outro de 3,5% em maio de 2026;
Em 2024, os reajustes propostos foram para os benefícios: o governo ofereceu 52% a mais no auxílio-alimentação (passando de R$ 658 para R$ 1 mil) e 51,1% no auxílio-saúde e auxílio-creche para todos os servidores federais;
Para os professores, o aumento salarial apresentado depende do nível da carreira em que o profissional se encontra;
Também não há previsão de reajuste salarial em 2024 para a categoria.
“Com o reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% adicionais em maio de 2026, os aumentos poderão variar entre 12,8%, para o primeiro nível da carreira, a 16,1%, para professores titulares. Professores doutores no regime de 40 horas com dedicação exclusiva passarão a receber R$ 11.824,86 na entrada da carreira e R$ 25.982,49 no final”, disse o MEC, nessa nota.
⬆️ Voltar ao início desta reportagem.
UFPE e IFPE
A UFPE, desde o dia 11 de março, está com os servidores técnico-administrativos em greve. Desde 22 de março, os professores da instituição também aderiram à mobilização. O IFPE também enfrenta uma greve de servidores técnico-administrativos e professores, e o calendário letivo está interrompido desde 12 de abril.
Dos 16 campi do IFPE no estado, 12 estão com as aulas suspensas. Segundo o instituo, apesar da adesão de parte dos servidores, as aulas ainda seguem sendo ministradas em três unidades.
Confira os campi do IFPE sem aulas por causa da greve:
Abreu e Lima, no Grande Recife;
Barreiros, na Zona da Mata;
Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife;
Garanhuns, no Agreste;
Igarassu, no Grande Recife;
Ipojuca, no Grande Recife;
Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife;
Olinda, no Grande Recife;
Paulista, no Grande Recife;
Pesqueira, no Agreste;
Recife;
Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.
⬆️ Voltar ao início desta reportagem.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias