Técnicos da Defesa Civil de 3 estados se juntaram às equipes que avaliam a situação das casas. Profissionais de outros estados permanecem em cidades gaúchas para ajudar a superar os danos da tragédia
Profissionais de outros estados do país ajudam cidades gaúchas a superar os danos da tragédia.
De cima, as imagens mostram o rastro que a enchente deixou nos bairros de Canoas. De perto, a situação é ainda mais preocupante.
“A água levantou a casa e mexeu com a estrutura. E acontecendo aqui com o deslocamento da parede com o risco de cair até no banheiro em cima do vaso sanitário”, diz Rubielson Fortes, técnico em Defesa Civil.
Técnicos da Defesa Civil de três estados se juntaram às equipes que avaliam a situação das casas. São profissionais como o Daniel Honorato, de Campinas, interior de São Paulo. Ele tem 19 anos de experiência em pós-desastres e diz que nunca tinha visto tanta destruição e que, agora, a análise das estruturas é fundamental.
“Não é só uma questão de querer voltar, sair de onde está, mas voltar com segurança e ter a segurança de poder ficar ali, poder fazer sua faxina e poder voltar a sua normalidade. Mas também sabendo que aquilo ali não vai ter algum risco para ela”, afirma Daniel Honorato, técnico em Defesa Civil.
Dois mil moradores já fizeram o pedido de vistoria das casas atingidas pela enchente. Pelo menos 200 já foram vistoriadas até agora pelos técnicos e quase metade delas acabou interditada.
“Eu até tinha esperança que pudesse dar uma ajeitada, uma arrumada. Mas, vendo agora, uma situação assim está pior, está até perigoso trazer minha filha para morar aqui e eu também. Pode acontecer coisa pior”, diz a empregada doméstica Adriana Pacheco.
A fiscal de supermercado Jaqueline Figueiredo Teixeira teve mais sorte.
“Um alívio, realmente. A gente agradece a Deus porque a gente tem as nossas paredes e nosso teto, coisa que muita gente perdeu”, diz.
No outro lado da cidade, a ajuda veio de caminhão. A Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul enviou oito técnicos em manutenção para consertar eletrodomésticos e eletrônicos. Em um dia, eles receberam 350 equipamentos. O aposentado João Souza tem duas máquinas de lavar com defeito.
“Liga, enche a água e não gira o cesto. Ela só põe a água fora daí, tenho duas e as duas mesmo problema”, conta.
Mas ele vai ter que esperar.
“A gente já está começando a chamar essas pessoas que ficaram na lista de espera e, em breve, essas pessoas que vieram aqui e procuraram ajuda elas vão ser atendidas”, afirma o técnico em manutenção Edson Alberto Leite.