Prefeitura de Campo Largo ampliou as ações de saúde e bem-estar para os pacientes diagnosticados. No último dia 23 de maio foi lançado pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), o Programa Abraço de Algodão que incorporou o projeto já existente no Município. A partir de agora ele passa a ser um Programa de Governo com alcance ampliado, voltado para pessoas com diagnóstico clínico de Fibromialgia e também aquelas com dores crônicas, trabalhando a conscientização e realizando seu acompanhamento com orientações de saúde e bem-estar.
Como funciona e como participar – O projeto iniciado pela médica reumatologista do município, Patrícia Martin, continuará agora como programa com uma equipe formada por psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psiquiatra, nutricionista e reumatologista. Os encontros acontecem durante dez semanas, cada uma com um profissional, com vagas para 5 a 12 participantes, no Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS 2) que fica na Vila Bancária.
Os pacientes diagnosticados com interesse em participar podem procurar o CAPS 2 ou ligar nos telefones (41) 3291-5203 (WhatsApp) ou (41) 3291-5209. Eles estão sendo chamados conforme lista de espera. A Secretaria Municipal entra em contato por telefone à medida que forem abrindo mais grupos.
Entendimento e aceitação – “A gente sabe que o tratamento medicamentoso vai melhorar cerca de 30% das dores do paciente. Mas a gente sabe que precisa melhorar mais e que muito do sofrimento é em decorrência daquilo que o paciente deixou de fazer por causa da dor”, pontuou a médica reumatologista Patrícia Martin. Pela experiência de mais de seis anos já, é possível notar nos grupos formados até aqui que os participantes apresentaram melhora na qualidade do sono, na intensidade da fadiga, e na funcionalidade que é conseguir fazer coisas que precisam mesmo sentindo dor.
Na ocasião, ela também trouxe a definição de dor e explicou como as emoções estão atreladas à dor. “Não adianta tratar só a dor. Ela é uma expectativa sensorial, é real ou potencial. Mas tem um complemento emocional que pode ser um agravante. A dor crônica é uma dor que persiste e, a partir do momento que entendemos que o corpo não está mais lesionado, seja pelos resultados dos exames, pela cirurgia já feita, aí vem o pedido de fazer exercícios e de, como o alarme do carro que dispara sozinho, aprender a controlar esse alarme para não disparar. Leva tempo para se adaptar e aprender a lidar”, aconselhou Patrícia.
A psicóloga Mariane Louise Bonato, que conduz o grupo de autogerenciamento de dor crônica junto com os demais membros da equipe multiprofissional, destacou o papel deste programa de ressignificar a dor, dando acolhimento e validação das emoções das pessoas. Os grupos têm métricas de acompanhamento dos pacientes também, bem como medidas de manutenção para depois que encerram as dez semanas de encontros. Com o lançamento do programa os pacientes terão acesso a uma cartilha informativa para auxiliar no tratamento.
Visão dos pacientes – A evolução deles passa ainda pela aceitação da dor e a diminuição do sofrimento ao conviver com a dor e se valorizar, melhorando a qualidade de vida e aprendendo a tomar medidas de conservação de energia.
Um dos exemplos é Luiz Antonio de Souza Neto, músico convidado que tocou para os presentes no evento. Ele participa do grupo faz dois anos e estava radiante com o lançamento que coincidiu com seu aniversário de 70 anos. “Tenho fibromialgia faz muito tempo, meu diagnóstico é de 2009, já cheguei a tomar morfina e analgésicos potentes. Mas depois que entrei no projeto o grupo ajudou muito a me integrar, conhecer outras pessoas que têm o mesmo problema, fazer o acompanhamento com a psicóloga. Me dá muita alegria fazer parte e posso confirmar que tive redução da dor e melhora do humor. Hoje faço hidroterapia, fisioterapia, exercícios – corrida e musculação – e tenho uma consciência que veio com o grupo, apesar da dor. Aqui encontrei cuidado e atenção com a saúde”, reiterou.
Outras frentes – As atividades motivadas pelo projeto levaram à criação de outro projeto, uma Associação chamada Mulheres Transformadoras, também criada pela médica Patrícia Martin. As pacientes se reúnem para realizar trabalhos manuais e são incentivadas a participar de feiras para vender seus produtos e, assim, ter uma fonte de renda.
SERVIÇO:
Programa Abraço de Algodão
Encontros às quintas-feiras
Local: Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS 2)
Endereço: Rua Francisco Xavier de Almeida Garret, s/n, Vila Bancária
Mais informações: (41) 3291-5203 (WhatsApp) ou (41) 3291-5209 (Secretaria de Saúde)