28 de dezembro de 2024

Projeto ‘Caquiado’ procura novos talentos da música indie da Amazônia

Criado pelo Selo Caquí, projeto vai reunir 10 artistas autorais em disco coletivo. Edital para as seletivas abre nesta segunda-feira, 1º de julho. Os caça talentos Leonardo Pratagy e Reiner: criadores do Selo Caquí
Tita Padilha
O Selo Caqui dá a largada para a construção de um projeto que promete ser um marco na música do Pará: o lançamento de uma coletânea de novos artistas dedicada a mostrar a sonoridade do Norte para muito além do que se entende por “música regional”. Entre artistas convidados e selecionados pela curadoria do projeto, o disco terá dez novos talentos autorais que revelam a diversidade sonora da Amazônia, com música experimental, rock, indie, eletrônico, rap, e o que mais pintar de interessante. A chamada aberta para artistas que queiram participar da coletânea começa nesta segunda-feira (1º), e segue até 28 de julho.
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“Pra fazer deste um trabalho plural, a gente quer conhecer quem tá fazendo música agora no Pará por meio de uma chamada aberta que irá selecionar três artistas para fazerem parte da coletânea. O que a gente quer é amplificar essas propostas artísticas, fazer com que esses artistas se conectem com o público, e também documentar o que tem sido produzido nesse sentido”, diz Leonardo Pratagy, idealizador do projeto ao lado de Reiner, dois jovens músicos de Belém movidos pela inquietação de fomentar e tornar sustentável a cena musical feita na cidade das mangueiras.
Além de fazer parte do álbum, que será lançado nas plataformas de streaming, em vinil e em fita k7, os artistas também farão parte do curta-metragem dirigido por Anna Suav que documentará todo o processo do projeto e da mostra Caquiado com shows ao vivo dos artistas na cidade de Belém, a ser realizada ainda no ano de 2024.
Criado em 2022, o Selo Caquí, cujo nome deriva da palavra “caqueado” no bom dialeto paraense, já realizou mais de 20 eventos e projetos. O Caquí conta com nomes da nova geração de música paraense como Malu Guedelha, Jheni Cohen, W Mate-U, Roger is not Braga, artistas que mostram que a cena musical paraense mistura suas referências e vivências amazônicas com rap, rock, jazz, pop, R&B e que fazem uma grande miscelânea de ritmos e timbres sem fronteiras nem delimitações de gêneros musicais.
A coletânea” Caquiado” foi selecionada pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear), ao lado de AQNO, Festival Apoena e Rawi, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos até 2023, como Manoel Cordeiro, Dona Onete, Pinduca, Felipe Cordeiro e Thaís Badú.
Seletiva
Poderão participar da seletiva do projeto “Caquiado: álbum-coletânea e filme-manifesto de novos artistas paraenses” artistas autorais do Pará. Artistas do carimbó, trans, e músicos periféricos terão prioridade no edital do projeto.
“Nossa intenção é descentralizar o discurso em relação ao que é hegemônico na cena alternativa de Belém, no geral. Queremos amplificar vozes e gêneros musicais que muitas vezes ainda são vistos como marginalizados, como inclusive o carimbó, que apesar de ser consumido por quem vem de fora como um dos principais gêneros paraenses, muitos grupos e artistas desse gênero ainda se situam à margem do circuito de shows, festivais, e do rolê de distribuição em plataformas de streaming, por exemplo”, diz Reiner.
As músicas serão selecionadas por curadores convidados com trajetória de peso na cena: Léo Chermont, produtor musical de vários discos importantes para a música da Amazônia como da Nazaré Pereira, Mestre Damasceno e Sammliz; Íris da Selva, artista trans que desponta na cena do carimbó urbano e música popular paraense; e Bruna BG, que já tem bastante experiência em encontrar novos talentos visto que ela já foi organizadora do Slam Dandaras do Norte e também organiza eventos com artistas iniciantes do rap. O disco será gravado entre agosto e setembro.
Serviço:
Seletiva do projeto coletivo “Caquiado: Álbum-coletânea”, de 1º a 28 de julho, online aqui.

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