Espécie está ameaçada de extinção e foi classificada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Espécie está ameaçada de extinção e foi classificada como vulnerável no Livro Vermelho
Uma matilha de cachorro-vinagre, classificada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi flagrada, pela primeira vez, pelas câmeras do Projeto Monitoramento da Fauna Silvestre, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), neste domingo (30), na Estrada Parque Transpantaneira, no Pantanal, em Poconé, a 104 km de Cuiabá.
No vídeo divulgado pela secretaria, é possível ver quatro cachorros-vinagre andando juntos à luz do dia, às 7h42. Por mais que o vídeo só tenha sido divulgado neste domingo, o registro foi feito no dia 12 deste mês. (veja acima)
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De acordo com o pesquisador, doutor em ecologia e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Roberto Fusco, o cachorro-vinagre é o único canídeo sul-americano que vive em matilha, podendo formar grupos com até 11 indivíduos. A espécie é caracterizada pelas pernas curtas e as garras afiadas e grandes, maiores do que as de cães domésticos do mesmo porte.
“Esse animal é muito raro e poder encontrá-lo é algo excepcional e exige sorte. Ele está vulnerável e pode desaparecer em vários lugares, como ocorreu, por exemplo, em vários locais da Mata Atlântica”, disse.
Ele ainda disse que o cachorro-vinagre é um animal que vive em média 10 anos na natureza e tem uma dieta composta principalmente de paca, tatu e roedores. Conforme relatórios publicados pelo Instituto Chico Mendes, essa espécie tem probabilidade de ser extinta em, no máximo, 100 anos. Os principais fatores que contribuem para esse risco incluem o desmatamento, atropelamentos, caça de suas presas e infecção por doenças, como raiva e sarna, transmitidas por animais domésticos.
O pesquisador contou que a espécie é pouco conhecida, mas sua aparição demonstra que há preservação ambiental no local. A suspeita de origem do nome curioso é que seja derivada de sua cor. No entanto, não há informações oficiais que indiquem isso.
📸Monitoramento
Para monitorar animais silvestres, 15 câmeras foram instaladas em pontos estratégicos da Estrada Parque em Poconé, com o intuito da Sema elaborar um mapa de incidência das espécies. O monitoramento, iniciado em março de 2022, gera relatórios técnicos para a Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros, registrando imagens e informações relevantes, como as espécies mais e menos avistadas. Em um ano, o cachorro-do-mato foi a espécie mais registrada, com 2.997 avistamentos.
A analista de meio ambiente e bióloga Neusa Arenhart destaca que, além de monitorar as condições dos animais avistados, as câmeras também permitem registrar os hábitos das espécies do Pantanal, emitir documentos técnicos e verificar a presença e a incidência de espécies ameaçadas de extinção. Esse monitoramento é fundamental para a conservação da fauna local e para a criação de estratégias de preservação ambiental.
🔦Outra aparição
A última vez que uma matilha de cachorro-vinagre foi vista e flagrada por humanos em Mato Grosso, foi há quase dois anos, quando funcionários de uma fazenda em Nova Bandeirantes, a 980 km de Cuiabá, encontraram os animais, durante uma pescaria, enquanto estavam se refrescando no rio.
Espécie rara de animal é encontrada por funcionários de fazenda em MT
No vídeo gravado pelos funcionários, é possível ver os animais próximos à água e ouvir o som reproduzido por eles — e que não lembram o latido de cães.