27 de outubro de 2024

Projeto ‘Galinha Feliz’ tem bosque e até melancia como alimento para garantir qualidade de aves em RR

Iniciativa garante bem-estar às aves para maior qualidade no tamanho das galinhas, genética e até nas postura de ovos. Ideia é beneficiar pequenos criadores na região do Amajari, onde projeto é desenvolvido pelo IFRR. Galinhas do projeto ‘Galinhas Felizes’, desenvolvido no IFRR Amajari
Reprodução/Rede Amazônica
“Voe, o mais alto que puder!”. Essa é uma das frases escritas nas placas do bosque onde 70 galinhas caipiras são criadas para terem qualidade de vida e boa genética, no campus do Instituto Federal de Roraima em Amajari, ao Norte do estado. A iniciativa faz parte do projeto “Galinha Feliz” e funciona como um grande laboratório a céu aberto, onde o objetivo é estudar o desenvolvimento saudável das aves.
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O projeto foi exibido no programa Amazônia Agro deste domingo (27), na Rede Amazônica.
🐔 O nome “Galinha Feliz” é uma referência ao modo como as aves são criadas lá no bosque: soltas, livres para se empoleirar nas árvores, ciscar por onde quiserem, ninhos certos para botar os ovos e até alimentação balanceada, com dieta que inclui o tradicional milho, frutas como melancia e vegetais como a abóbora – tudo isso para não estressar as galinhas.
Projeto ‘Galinhas Felizes’ é desenvolvido no IFRR do campus Amajari
Lucas Wilame/Rede Amazônica
Diferente do que acontece nas granjas tradicionais, onde várias galinhas ficam em grandes estruturas, como galpões, o manejo no projeto do IFRR é feito com os as aves soltas. Lembra criação de quintal, mas com aplicação de boas práticas e bem-estar animal.
Responsável pelo projeto, o professor e pesquisador Isael Colonna Ribeiro explica que até as baias onde ficam os ninho são pensados para oferecer conforto.
“A gente quer obter aves que sejam mais precoce, que ganham em peso mais rapidamente, que cheguem a idade de postura também mais rapidamente, que sejam mais resistentes em termos de questões sanitárias e de questões de saúde”, explica ele, sobre a ideia geral do projeto que visa, em resumo, a qualidade das galinhas.
Iniciativa do ‘Galinhas Felizes’ garante melhor desenvolvimento das aves em Roraima
Reprodução/Rede Amazônica
A ideia projeto é que essas galinhas com melhor qualidade e até resistes às doenças sejam distribuídas para pequenos produtores da região. Até agora, 10 famílias de pequenos criadores aves nos arredores do IFRR Amajari foram beneficiadas.
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O projeto se iniciou há um ano e meio. Neste período, segundo o professor, alguns bons resultados já foram observados.
“Em relação às aves iniciais, as que estão aqui depois já apresentam um tamanho maior do que as aves iniciais. Também percebemos uma variedade maior da coloração dos ovos”, disse.
A ideia de criar as galinhas no bosque também foi pensada para que elas pudessem fugir do calor, tendo em vista que debaixo das árvores a temperatura é mais amena e a terra é úmida, uma combinação ideal que garante o conforto térmico e melhor desenvolvimento delas.
“Esses animais quando vivem dentro de gaiolas ou em ambientes grandes, esses ambientes precisam ser refrigerados porque a própria aglomeração deles acaba gerando um aumento de temperatura, o que não dá conforto a eles. Aqui não, aqui como a gente tem essas plantas e o processo de irrigação acaba gerando ambientes mais úmidos, mais frescos, elas conseguem ter um ambiente com mais conforto térmico, para eles se sentirem melhores”, explicou o professor.
Moradores beneficiados com a iniciativa
O objetivo do projeto é que os produtores da região passem a ter nos quintais animais de maior qualidade, e assim criação das aves seja fortalecida.
Dados da última pesquisa do IBGE sobre pecuária em Roraima apontam que o estado tinha 784.240 mil galinhas. Boa Vista lidera a quantidade de aves, com mais de 587.700 mil. No Amajari o número chega a 15.200 aves – é mais galinha que gente.
Uma das produtoras locais que recebeu aves e orientações do projeto “Galinha feliz” foi Maria de Oliveira. Ela conta que o apoio chegou em boa hora porque está recomeçando a criação, após perder mais 400 galinhas para um vírus.
No sítio dela, as aves ciscam no capim que oferece significativo conforto térmico e ela passou a investir na saúde dos animais. A ideia é voltar a ter renda com as aves, que um dia foram a principal fonte de recursos da família.
“A gente também tem que procurar ter, além das coisas que dão prazer, as coisas bonitas, ter renda. A parte econômica é muito importante para a gente”, disse ela.
O professou afirmou ainda que reforça junto aos estudantes a importância de se ter caminho alternativos quando se trata da criação de animais.
“Fazer isso florescer, de investir cada vez mais em sistemas de criação alternativos que preconizem o bem-estar animal, a dignidade, e a qualidade de vida desses animais”, frisou. Assim, segue o projeto: com saúde, bem-estar e sustentabilidade.
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