17 de novembro de 2024

Projeto usa bordado como atividade de ressocialização de detentos no Amazonas

Além da capacitação profissional, o projeto desenvolvido na unidade prisional de Coari dá esperança para quem busca por liberdade e recomeços. Projeto usa bordado como atividade de ressocialização de detentos no Amazonas
Jean Beltrão/Rede Amazônica
Com agulhas, tecidos e criatividade estão sendo costuradas novas histórias e perspectivas para detentos do sistema prisional do município de Nhamundá, no interior do Amazonas. Um projeto de bordado desenvolvido na delegacia da cidade, que também funciona como unidade prisional, ensina a arte da tecedura para os custodiados do local.
Além da capacitação profissional, o projeto ajuda no trabalho de ressocialização e é símbolo de esperança para quem busca por liberdade e recomeços.
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Intitulado como “Bordando Recomeços”, a iniciativa começou a ser promovida no mês de julho e é apoiada pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. O projeto consiste em oficinas de bordado e rodas de conversa com os detentos da Unidade Prisional de Nhamundá. Ao todo, 10 custodiados participam das oficinais semanais.
“O trabalho é importante porque deu visibilidade e trouxe reflexão para quem acompanha o projeto. Dar visibilidade para essas pessoas é importante porque elas ficam esquecidas, invisíveis e muitas vezes ninguém pensa neles. E assim como vários outros segmentos sociais são importantes e merecem atenção, eu acredito que eles também têm direito a consumir cultura, consumir projetos culturais, consumir arte”, enfatizou a coordenadora do projeto, Julyane Monteiro.
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Capacitação e esperança
De acordo com a coordenação, os participantes do projeto estão desenvolvendo habilidades manuais e artísticas com a utilização de diversas técnicas de bordados com produções variadas em diferentes tipos de tecidos. A atividade ainda promove relaxamento e serve como válvula de escape do estresse do ambiente prisional.
Pedro Paulo da Costa, 36 anos, é um dos participantes do projeto. Ele tem se destacado pela habilidade demonstrada nas oficinas e exibe com orgulho as produções das últimas semanas.
“É uma obra que veio para nos ajudar. Na situação que a gente tá, a gente agradece de coração porque nem todas as pessoas enxergam a gente desse lado, mas temos fé em Deus que a gente vai sair dessa. Com a ajuda deles a gente vai conseguir nosso objetivo de recomeço”, afirmou.
Pedro Paulo da Costa, 36 anos, é um dos participantes do projeto e tem se destacado pela habilidade demonstrada nas oficinas.
Jean Beltrão/Rede Amazônica
A atividade promove ainda o exercício de expressão pessoal, concentração e paciência dos detentos. Além disso, ao se engajarem, os participantes têm a oportunidade de interagir socialmente e fortalecer laços comunitários.
“O impacto positivo do projeto se estende além das paredes da prisão, contribuindo para a ressocialização dos indivíduos ao fornecer-lhes habilidades que podem ser aplicadas após o cumprimento de suas penas, através de uma atividade profissional de bordado, bem como a comercialização de bordados e artesanatos nas feiras livres e eventos turísticos oficiais, que potencializam o fluxo de pessoas e vendas na cidade”, pontuou Julyane Monteiro.
As oficinas e rodas de conversa vão seguir pelas próximas semanas. O trabalho conta ainda com o apoio da 43ª Delegacia Interativa de Polícia de Nhamundá.

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