15 de janeiro de 2025

Quase 300 imigrantes estão no Aeroporto Internacional de São Paulo à espera por autorização para entrar no Brasil

O país não exige visto de quem só está em trânsito e não deve sair da área restrita dos aeroportos. Isso facilita a tentativa de muita gente em busca de refúgio. Quase 300 imigrantes estão no Aeroporto Internacional de São Paulo esperando autorização de entrada
Um grupo de quase 300 imigrantes está no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, esperando autorização para entrar no Brasil.
A maioria é homem, jovem e veio da Índia com passagens para outros países da América Latina. Só que esses passageiros decidiram ficar na parada feita no Brasil e pedir refúgio por aqui.
Segundo a Polícia Federal, hoje, há 291 passageiros não admitidos aguardando para fazer o pedido de refúgio ou ter o caso analisado. Só que o sistema de informática do órgão responsável, o Conare, está com problemas há pelo menos 12 dias. Além disso, os pedidos de refúgio no Brasil estão aumentando muito. Foram concedidos 2.760 pedidos de refúgio em 2022; 4.239 em 2023 e até abril de 2024 já foram 2.487.
Quase 300 imigrantes estão no Aeroporto Internacional de São Paulo à espera por autorização para entrar no Brasil
Jornal Nacional/ Reprodução
Além de uma tradição de abertura a refugiados, ao contrário de muitos países, o Brasil não exige visto de quem só está em trânsito e não deve sair da área restrita dos aeroportos. Isso facilita a tentativa de muita gente em busca de refúgio ou de uma vida melhor. É comum que o destino final sejam os Estados Unidos.
Por enquanto, os indianos se acomodam como podem em uma área restrita entre o desembarque e a imigração. Enquanto esperam, eles recebem alimentação das companhias aéreas. A Secretaria de Saúde de Guarulhos aplicou vacinas. O temor é de voltem a acontecer crises humanitárias como a dos afegãos, que em 2023 passaram meses em péssimas condições no aeroporto.
“A gente, agora, convocou uma reunião emergencial para amanhã para que a gente possa entender melhor o que está acontecendo e tomar todas as medidas para que situações como essa não se normalizem. Um aeroporto não tem a vocação para esse ninho, nenhum aeroporto do mundo, para ficar em condições como essa. É uma situação que, realmente, não pode se normalizar. E a gente fica bem preocupado de ver as pessoas nessas condições”, afirma Guilherme Rocha Gopfert, procurador da República em Guarulhos.
O Ministério da Justiça declarou compromisso de acelerar o processamento dos pedidos de refúgio com a Polícia Federal e resolver as instabilidades momentâneas dos sistemas eletrônicos motivadas por atualizações. A administração do aeroporto afirma que colabora com as autoridades. A Prefeitura de Guarulhos declarou que não foi notificada oficialmente sobre a situação dos imigrantes.

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