Moradores têm que deixar suas casas às pressas para fugir da água. Ginásios, escolas e igrejas viram abrigos e recebem centenas de famílias. Quase 4,5 mil pessoas já tiveram que sair de casa por causa das enchentes no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, 4,4 mil pessoas tiveram que sair de casa por causa das chuvas. Moradores enfrentaram água na cintura até chegar a um lugar seguro.
“Foi terrível, terrível, terrível assim, um pânico total. A gente construiu uma casa um pouquinho maior”, diz uma moradora.
Moradora teve que deixar a casa com filho e cachorro no Rio Grande do Sul.
TV Globo/Reprodução
“Não deu para tirar nada de dentro da casa, roupa, calçado, nada, nada, nada. Eu perdi tudo, tudo, tudo que eu tinha”, lamenta outra.
A casa de uma das famílias da região resistiu à enchente de cinco meses atrás. Dessa vez, a natureza venceu.
“Nunca entrou água na nossa casa. Nunca entrou. Na enchente de novembro faltou uns 50 centímetros”, comenta a moradora.
É quase impossível deslocar a família inteira ao mesmo tempo. O pai, leva nas mãos o gatinho da família.
“É o filho das crianças”, diz o pai.
“As crianças já estão em lugar seguro e agora faltava nós”, completa a mãe.
No meio da água, duas mulheres tentam ir na casa dos pais com um barco.
Moradoras tentam acessar a casa dos pais de barco no Rio Grande do Sul.
TV Globo/Reprodução
Ginásios, escolas e igrejas viraram abrigos para muitas pessoas. Mas até esses locais estão ameaçados. Em São Sebastião do Caí, um dos ginásios precisou ser desocupado às pressas, porque também foi invadido pelo rioo
“Nós tivemos que fazer um trabalho dobrado. Nós levamos as pessoas para lá, tivemos que retirar e encaminhar elas para outros dois locais”, explica o coordenador da Defesa Civil, Carlos Omar Cornélius Silva.
Taciana da Silva, que tinha conseguido salvar móveis e eletrodomésticos, precisou carregar tudo mais uma vez.
“É muita confusão na hora. Muito tumulto, todo mundo correndo, junta tudo, a água vindo, todo mundo nervoso né, todo mundo preocupado que a água já entrando no pavilhão quase”, conta a dona de casa Taciana de Souza da Silva.
No novo abrigo, Elton e Paula estão mais seguros para cuidar das crianças. Uma delas, Lara, tem apenas três meses.
“A gente tem que sair porque a água é muito perigosa. A correnteza é muito forte. Aqui é um lugar para gente ficar tranquilo, sem perigo de enchente. E a gente vai retornar para nossa casa, é o que a gente tem”, diz o motorista Elton Braga.
“Nós já saímos com a água na porta. Estamos salvos, com as nossas coisas aqui e eu até dormi aliviada, consegui dormir”, conta a dona de casa Paula da Silva.
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