Levantamento da Acirp analisou 3.466 lotes em 177 quadras do quadrilátero central. Ideia do estudo é melhorar condição estrutural e urbanística da cidade. Pesquisa da ACIRP aponta que só 23% das construções têm árvore na calçada
Uma pesquisa da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) aponta que apenas 23% dos imóveis na área central da cidade têm árvore na calçada.
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O levantamento analisou 3.466 lotes em 177 quadras do quadrilátero central. Gestor de marketing da Acirp, Carlos Henrique Ferreira explica que a baixa arborização impacta de maneira significativa o clima e a vida de quem mora, tem comércio ou visita a região.
“A gente sabe que existe algumas aglomerações de verde, a cada dez imóveis, somente dois, dos mais de 3.500 que nós pudemos mensurar tem árvore, então é um número muito pequeno de árvores em um centro muito quente com muito concreto e muito asfalto”
O objetivo do estudo, de acordo com o gestor, é melhorar a condição tanto urbanística quanto social, cultural e econômica do Centro da cidade.
Pesquisa aponta que apenas 23% das construções têm árvore na calçada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Qualidade do ar e temperatura
É certo que um Centro arborizado fica esteticamente mais bonito e atrativo, no entanto, os benefícios vão além. É o que comenta a engenheira ambiental, Caroline Mazero Guerra.
“A principal vantagem é a qualidade do ar, a vegetação ela vai filtrar todos esses poluentes, principalmente aqui no centro, tem muitos carros nos horários de pico, então ela vai filtrar, vai puxar pra ela esses poluentes que fazem mal para a nossa saúde”.
A cidade de Ribeirão Preto, assim como toda a região, enfrenta diversas ondas de calor durante o ano. As temperaturas ultrapassam os 40º e colocam os moradores em alerta em relação à hidratação e exposição ao sol.
Com uma maior quantidade de árvores na cidade, os efeitos das altas temperaturas podem ser amenizados, explica a engenheira ambiental.
“Também tem a temperatura, geralmente esses lugares que tem bastante arborização eles são cinco graus mais frescos que os lugares onde não tem.”
Pesquisa aponta que apenas 23% das construções têm árvore na calçada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Planejamento
Para o arquiteto e urbanista João Carlos Correia, o planejamento de Ribeirão Preto foi pensado para os automóveis e a questão da arborização não foi vista como prioridade.
Correia explica que, para aumentar a quantidade de árvores no Centro da cidade, é preciso um projeto amplo.
“A questão centro ela precisa ser um projeto estrutural, transformar o centro todo em uma zona especial, até de interesse turístico e desenvolvimento econômico. Você só plantar árvores não vai resolver, você tem que alargar calçadas, tem que remover aqueles fios, enterrar toda a instalação, ser subterrânea, remover os postes.”
Pesquisa aponta que apenas 23% das construções têm árvore na calçada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Atualmente, existem árvores que têm um volume de copa menor, o que impede que a fachada de casas e comércios sejam tampadas, explica a engenheira ambiental.
Na visão dela, essa é a principal preocupação e por isso o planejamento é essencial com a escolha adequada da espécie que vai ser plantada.
Já o arquiteto e urbanista comenta que a qualidade de vida das pessoas deve ser a principal preocupação.
“As cidades todos do mundo estão mudando esse conceito e Ribeirão precisa se encaixar nisso e promover primeiro para as pessoas, depois para a bicicleta, depois para o transporte público e o automóvel é um dos últimos da lista”, finaliza.
Pesquisa aponta que apenas 23% das construções têm árvore na calçada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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