22 de fevereiro de 2025

Quatro anos após crime, PMs acusados de matar empresário em Mairinque vão a júri popular


Morte de Reinaldo Magalhães ocorreu em fevereiro de 2021. Júri popular será nesta quinta-feira (20), a partir das 9h, no Fórum de Mairinque (SP). Reinaldo Magalhães foi morto em Mairinque (SP), em fevereiro de 2021
Arquivo pessoal
Os quatro policiais militares acusados de matar o empresário Rinaldo Magalhães, de 55 anos, em fevereiro de 2021, vão a júri popular nesta quinta-feira (20), a partir das 9h, no Fórum de Mairinque (SP).
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Eles são acusados de homicídio qualificado por terem, segundo a denúncia do Ministério Público, usado recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O caso ocorreu na casa da família, na beira da Represa de Itupararanga.
Outros cinco policiais militares já foram condenados em duas instâncias na Justiça Militar por torturarem a esposa da vítima e por invasão de domicílio, mas ainda cabe recurso.
A morte de Rinaldo tem duas versões: a da família e a dos policiais (veja as duas abaixo).
Justiça condena PMs envolvidos em morte de empresário de Mairinque
Indiciados por homicídio
Os PMs foram indiciados por homicídio no dia 22 de julho de 2021. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram cumpridos mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar, a pedido da Corregedoria.
Foram presos um primeiro tenente, um primeiro sargento, um segundo sargento e dois cabos. As prisões foram feitas por conta da investigação relacionada à tortura da mulher do empresário.
Na época, foram recolhidos e periciados 18 celulares de policiais do Batalhão de Ações Especiais (Baep) da polícia de Sorocaba (SP).
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Versões diferentes
Os PMs e parentes do empresário contam versões diferentes do que aconteceu na chácara onde o homem morava.
Uma reprodução simulada do crime foi feita em abril de 2021. O processo durou aproximadamente oito horas e terminou na madrugada do dia seguinte. No total, 18 policiais envolvidos no caso e três testemunhas participaram da reconstituição.
Segundo apurado pela TV TEM, Rinaldo também era dono de uma marina na cidade. A reconstituição foi feita em dois locais: na chácara onde a vítima morava e em uma estrada de terra.
Polícia Civil faz reconstituição de morte de empresário em Mairinque (SP)
Arquivo pessoal
Versão dos policiais
No boletim registrado pelos PMs do Baep consta que Reinaldo dirigia um carro blindado em uma estrada de terra perto da Represa de Itupararanga.
Os policiais afirmam que estavam verificando uma denúncia de tráfico e procuravam um carro branco que estaria transportando armas e drogas. Eles alegam terem visto Reinaldo com uma arma dentro do seu veículo, que era da mesma cor.
Em certo momento, ele teria saído do carro e atirado contra os três policiais, que teriam revidado, acertando dois tiros de fuzil na lataria. O empresário também foi atingido e socorrido, mas morreu horas depois, no pronto-socorro da cidade.
Empresário foi morto em ação em Mairinque
Reprodução/TV TEM
Além dos policiais que estavam na estrada de terra, outros três PMs foram até a chácara do empresário, que fica à beira da represa, conforme o registro.
No BO, estes PMs também alegam que estavam na cidade para verificar uma denúncia de tráfico na chácara onde Reinaldo morava. Quando chegaram ao local, teriam encontrado o portão aberto e afirmam que avistaram pessoas correndo para dentro do imóvel.
Ainda segundo o boletim, a mulher do empresário aparentava estar nervosa e disse que tinha sido agredida pelas pessoas, que correram após a chegada da equipe. Os PMs também afirmam que fizeram uma busca na casa e encontraram dois revólveres, munição e uma espingarda de pressão.
No boletim de ocorrência, o crime foi registrado como morte decorrente de intervenção policial.
Versão da família
De acordo com familiares e amigos de Rinaldo, um homem pediu para falar com ele no portão e, como a distância da casa até a entrada é grande, o empresário teria feito o caminho com o carro, que é blindado.
Ele teria aberto o portão para ver quem estava chamando, no entanto, cinco pessoas invadiram o local. Reinaldo, então, teria entrado no carro para se proteger, mas foi abordado pelo grupo, que acabou atirando contra o empresário. Em seguida, as pessoas desceram em direção à casa.
Em um áudio enviado em um grupo de vizinhos e amigos, a filha de Reinaldo afirma que homens entraram na propriedade e apontaram armas para as cabeças de todos que estavam no local. Ela também pede por ajuda.
A esposa do empresário afirmou, em depoimento, que os homens armados exigiam o pagamento da negociação de um carro. Em um outro áudio, um amigo de Reinaldo diz que o grupo agrediu a mulher, ameaçando-a de morte caso não pagasse o valor do veículo.
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