1 de outubro de 2024

Queijo de 3,5 mil anos: cientistas encontram o kefir mais antigo do mundo

Kefir é um alimento probiótico (que contêm microrganismos vivos) feito de pequenos grãos formados por lactobacilos, fungos e bactérias, cultivados em leite ou água. Múmia de mulher do cemitério de Xiaohe, na Bacia de Tarim
Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology
Um estudo publicado pela editora científica norte-americana Cell Press apontou que pesquisadores encontraram o kefir mais antigo do mundo. Eles encontraram o DNA do queijo que apontou ter aproximadamente 3,5 mil anos.
🧀 Mas o que é Kefir? É um alimento probiótico (que contêm microrganismos vivos) feito de pequenos grãos formados por lactobacilos, fungos e bactérias, cultivados em leite ou água.
A descoberta, divulgada em 25 de setembro, aconteceu após os cientistas começarem a investigar restos humanos mumificados, encontrados na área da Bacia de Tarim, na região chinesa de Xinjiang. Os corpos datam de cerca de 2.000 a.C. a 200 d.C..
Esses corpos, enterradas em caixões no meio de um deserto árido, começaram a ser analisados por volta de 1990. E passaram a chamar a atenção de cientistas por conta da aparência física incomum, que levaram alguns estudiosos a especular que eram descendentes de pastores Yamnaya, uma sociedade que habitava uma região do Mar Negro, no sul da Rússia.
Investigações
Em 2021, descobriu-se que essas múmias eram descendentes de um grupo indígena asiático. A atividade agropastoril dessa população incluía gado, ovelhas e cabras, trigo, cevada e painço.
“Reconstruir as origens das múmias da Bacia do Tarim teve um efeito transformador em nossa compreensão da região, e continuaremos o estudo de genomas humanos antigos em outras eras para obter uma compreensão mais profunda da história da migração humana nas estepes da Eurásia”, afirmou Yinquiu Cui, autor sênior do estudo e professor da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Jilin, à época.
No novo estudo dessa semana, os cientistas afirmaram que terminaram de sequenciar o DNA do queijo e descobriram como as bactérias probióticas evoluíram nos últimos 3,5 mil anos. O material genético estava em uma, até então, substância estranha espalhada pelo pescoço e cabeça das múmias.
Eles encontraram traços de DNA de vaca e cabra, indicando que o leite de ambos os animais foi usado no queijo antigo. Além disso, o resultado apontou uma nova rota do kefir.
O que anteriormente se afirmava que o alimento surgiu em Caucaso e foi para a Europa; agora, existe a possibilidade de que o alimento também passou por Xinjiang, onde as múmias foram encontradas.
“Como parte da cultura humana, a história da fermentação do leite é uma parte indispensável para entender o passado humano e seus impactos no estilo de vida dos humanos atuais”, escreveram os pesquisadores no novo estudo.

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