Um brasileiro e uma argentina, ambos educadores musicais, foram filmados cometendo o ato no último dia 19. Polícia investiga caso como crime de racismo. Racismo em roda de samba gera revolta no Rio de Janeiro
Na sexta-feira (19), um homem e uma mulher aparecem imitando macacos durante uma roda de samba no centro do Rio de Janeiro. O ato de racismo foi filmado por pessoas que acompanhavam a festa e gerou indignação nas redes sociais.
Carolina de Palma, 28 anos, é argentina e vive em Buenos Aires. Ela chegou ao Brasil no dia 14 para participar de um seminário organizado pelo Fórum Latino-Americano de Educação Musical, o Fladem.
Segundo Adriana Rodrigues, vice-presidente do Fladem, ela se inscreveu como participante. A roda de samba não fazia parte do evento, e aconteceu após o término do seminário.
Thiago Martins Maranhão, 41 anos, é carioca e vive em São Paulo, onde dá aulas de música em uma escola particular no Jardim Paulista, bairro nobre da cidade.
As imagens foram filmadas por Jackeline Oliveira, que decidiu denunciar o caso à polícia.
“Quando eu olho, eu falo assim, eles estão imitando macacos. Eu acho que é isso. E aí eu pego o celular e falo, vou filmar. E aí, eu vou filmar porque eu quero ter registro, eu quero ter prova que isso realmente está acontecendo.”, afirma Jackeline.
“Quando a gente vem para a praça, para o samba… A gente vem para um lugar de acolhimento. Aqui é a minha casa. É o meu quilombo. Aqui é o meu espaço de lazer. Aqui é onde eu conheço gente. Onde eu troco. Onde eu dou risada. Aqui não é um espaço onde eu estou em alerta. Sabe?”, completa Jackeline.
A produção do Fantástico tentou entrar em contato com Carolina. Em nota, a associação à qual Carolina é associada afirmou que, na Argentina, imitações de animais não tem conotações racistas no contexto de atividades pedagógicas. Carolina deixou o Brasil no último domingo (21).
O Fantástico também tentou contato com Thiago. Seu advogado afirmou que só se pronunciará nos autos da investigação. A escola em que ele dá aula afirmou em nota que ele não fará mais parte do quadro de colaboradores.
A polícia investiga o caso como crime de racismo.
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