16 de março de 2025

Quem são os Houthis, grupo rebelde alvo de operação militar dos EUA


Donald Trump ordenou uma operação militar dos Estados Unidos contra grupo no Iêmen neste sábado (15). Organização controla parte do país, que está em guerra desde 2014. Entenda quem são os rebeldes Houthis
Soldados americanos estão realizando ataques aéreos contra as bases terroristas de rebeldes Houthis no Iêmen neste sábado (15).
A operação foi ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que alegou que os Houthis “travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos”.
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Mas, afinal, quem são esses rebeldes? Abaixo, entenda mais sobre os Houthis e suas ligações com o Irã a partir dos seguintes pontos:
Origem do grupo rebelde
Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito
Origem do grupo rebelde
Os houthis se tornaram uma força poderosa no Iêmen
REUTERS
A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Os houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.
Esse grupo de rebeldes pertence ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpatizantes ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al-Assad.
Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito
A guerra do Iêmen começou quando os houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, em 2014, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.
Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
Um cessar-fogo que tecnicamente terminou há mais de um ano ainda está sendo amplamente respeitado. Nos últimos meses, os lados realizaram algumas trocas de prisioneiros e chegaram até a conversar sobre uma possível trégua. Ainda assim, oficialmente, ainda não há paz na região.
A guerra no Iêmen é classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. Os mais afetados são as crianças: cerca de 11 milhões de crianças vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.

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