Ana Beatriz Godoi defende a atual campeã do carnaval paulistano há mais de 20 anos. O enredo ‘Rosas de Ouro em uma Grande Jogada’ mostrou a história dos jogos e como eles influenciaram a humanidade ao longo dos anos. É o 8º título da escola da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro
Wellington Moura/Edu Graboski/Divulgação
Rainha de bateria da Rosas de Ouro, escola campeã do carnaval 2025 em São Paulo, Ana Beatriz Godoi vai voltar ao Desfile da Campeãs, no próximo sábado (8), vestindo a fantasia avaliada em R$ 140 mil que usou no Anhembi.
Em suas costas, uma grande flor de cristal destaca em led as cores azul e rosa, que representam a escola. Além disso, os sensores no costeiro borrifam perfume a cada minuto.
Ana Beatriz defende a atual campeã há mais de 20 anos. Começou a desfilar como passista, foi eleita princesa, passou por outras escolas, foi coroada destaque, musa e rainha. Em 2019, voltou para a Rosas para assumir o posto que era de Ellen Rocche.
“Desacreditaram da gente, e essa é a resposta: o título de campeã. É muita felicidade, isso representa muito. Chorei demais, é pura emoção. É um ano todo de trabalho, de dedicação, de amor e entrega. O jogo virou!”, declarou a rainha.
Sobre as peculiaridades da fantasia, ela brincou: “A avenida vai ficar perfumada de novo”.
“É uma fantasia diferente, ousada, que foge do padrão de carnaval. Fiquei insegura no início justamente porque sai do tradicional. Estou acostumada com penas, costeiro enorme… Mas acreditei no projeto da fantasia, ficou surreal. Foram só elogios. Sou uma rainha realizada”, celebrou.
Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro
TV Globo
8 vezes campeã
A Rosas de Ouro sagrou-se campeã do carnaval de São Paulo nesta terça-feira (4), garantindo a vitória na última nota divulgada, após uma apuração tensa no Sambódromo do Anhembi.
O título marca o fim de um jejum de 15 anos para a agremiação, que não vencia desde 2010. A escola foi a sexta a entrar na avenida na primeira noite de desfiles, na sexta-feira (28), na Zona Norte da capital paulista.
“Eu sabia que ia virar, porque foi uma grande virada. Nós fomos com tudo, quero agradecer a comunidade”, disse Angelina Basílio, presidente da Rosas.
Integrantes da Rosas de Ouro exibem o troféu de campeões do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte.
Luiz Franco/g1
O desfile abordou a história dos jogos ao longo dos séculos, destacando sua influência na humanidade. A apresentação começou com o dia amanhecendo e teve como destaque a fantasia neon da rainha de bateria Ana Beatriz Godoi, uma ala com integrantes vestidos de Pac Man, além de um balão com rosto do personagem do famoso jogo eletrônico. Uma ala inteira vestida de baralho e a bateria coreografada também fizeram sucesso.
“É com trabalho e persistência que a gente chega lá. Porque a Rosas de Ouro é uma grande escola de samba de São Paulo. Tradicionalíssima”, disse a presidente.
Rosas de Ouro: veja o enredo e cante o samba
“A gente não pode esquecer da nossa ancestralidade. A Rosas de Ouro nasceu na Brasilândia. Eu nasci na Brasilândia, na estrada do Taboão e estou muito feliz. Agora é só festa. Até eu vou tomar chope”, completou.
É o oitavo título da escola da Zona Norte de São Paulo. A escola já venceu o carnaval da capital paulista em 1983, 1984, 1990, 1991, 1992, 1994 e 2010.
A oitava conquista mantém a Rosas de Ouro como na quinta colocação entre as escolas que mais venceram o carnaval em São Paulo. Ela está atrás da Vai-Vai, com 15 títulos, Mocidade Alegre, com 12, Nenê de Vila Matilde, com 11, Camisa Verde e Branco, com 9.
Durante parte da apuração, a Águia de Ouro aparecia na frente, mas no último quesito, evolução, escorregou e terminou em sétimo lugar. Dois carros da escola, incluindo o que trazia Benito de Paula, homenageado pela escola, apresentaram problemas ainda na concentração. Embora eles tenham conseguido atravessar bem o percurso, o atraso na entrada resultou em alguns buracos na avenida, o que pode prejudicar a escola no quesito Evolução.
O desfile
Neste ano, a escola que veste azul e rosa levou para a avenida 16 alas e quatro alegorias, que foram formadas por 1,8 mil componentes.
A comissão de frente brincou com as outras escolas que disputaram o Grupo Especial: apostas feitas em uma máquina caça-níquel sempre levavam à vitória da Rosas de Ouro.
Com tema de jogos, a primeira ala foi formada por pessoas vestidas de cartas de baralho. E o carro abre-alas foi o “Grande Cassino Brasilândia”, em homenagem à origem da escola.
Outras alas fizeram representações de jogos africanos, espartanos e chineses.
Conforme a banda passava, os jogos que apareciam eram cada vez mais modernos: Detetive, War e Banco Imobiliário, até chegar aos games tecnológicos, com Mario Bros, Pokémon e a Lenda de Zelda.
Comemoração entre integrantes da campeã Rosas de Ouro
Luiz Franco/g1
Presidente da Rosas de Ouro chora ao saber que é campeã do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte.
Luiz Franco/g1
Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro
Wellington Moura / Divulgação
A Rosas
A Rosas quase foi rebaixada no ano passado: tirou 269,1 pontos e ficou à frente apenas da Camisa Verde e Branco, Tom Maior (rebaixada) e Independente Tricolor (rebaixada).
Com sede na Freguesia do Ó, na Zona Norte, a escola tem como origem um time de futebol da Brasilândia, o Glorioso da Vila Brasilândia.
Um grupo de amigos que acompanhava o time de várzea fazendo batucada à beira do campo fundou a escola de samba em 1971.
Um dos fundadores da escola, Eduardo Basílio é pai de Angelina Basílio, a atual presidente da agremiação.
Rosas de Ouro – Grupo Especial (SP) – Íntegra do desfile de 28/02/2025
Torcida da Rosas de Ouro comemora título no carnaval 2025
Atriz Julia Foti desfila pelo Rosas de Ouro em São Paulo
Leo Franco e Natália Rampinelli/AgNews
Apuração
A leitura das pontuações atribuídas pelos jurados foi acompanhada apenas por diretores das escolas, convidados e profissionais da imprensa.
Durante a apuração, as notas foram lidas por quesito e a menor delas foi descartada. Ao final, as quantias foram somadas e as duas escolas que tiverem as menores pontuações totais foram rebaixadas, disputando o carnaval 2026 no Grupo de Acesso I.
As notas descartadas são sempre o primeiro critério de desempate a ser aplicado. Neste ano, “Evolução” será o critério de desempate utilizado para definir as campeãs e “Enredo” será o primeiro quesito a ser lido.
Veja como foi a ordem de leitura das notas dos nove quesitos, definida no sorteio:
Enredo
Bateria
Samba enredo
Mestre-sala e porta-bandeira
Comissão de frente
Harmonia
Alegoria
Fantasia
Evolução
Como os jurados atribuem as notas
No momento em que pisam na avenida, as escolas começam o desfile com nota 10 em todas as categorias. A partir daí, os 36 jurados do grupo Especial – quatro de cada categoria – recebem um manual e, a cada décimo tirado, devem justificar com base no documento.
Além disso, os julgadores recebem uma pasta com o que foi planejado pela escola para comparar com o que foi apresentado durante o desfile.
No sábado, segunda noite de desfiles, a Liga trocou uma jurada, que se sentiu mal e pediu para ser substituída. Julia Lelli julgou normalmente na sexta e foi substituída por Luciana Miranda Marchini no sábado.
Entenda os quesitos avaliados pelo júri
Evolução: Julga a forma como a escola passa pela avenida, sem deixar buracos e sem correr para cumprir o tempo do desfile.
Comissão de Frente: A coreografia conta com alguns movimentos obrigatórios, como a saudação ao público e a apresentação da escola. Jurados também dão nota para a fantasia e observam se a comissão de frente atende à exigência de no mínimo seis componentes e, no máximo, 15.
Fantasia: Avalia a beleza e o significado das fantasias desfiladas. Os jurados também podem se atentar a detalhes e ao acabamento. Os itens apresentados no desfile devem corresponder ao apresentado anteriormente em desenhos pela escola.
Enredo: Nesse quesito é considerado se o tema está sendo bem contado na avenida, com a ajuda das alas e alegorias, e se o jurado e o público conseguem fazer uma leitura fácil da apresentação.
Samba-enredo: O jurado deve considerar se a letra do samba transmite o enredo proposto pela escola. Já a melodia deve provocar nos componentes a vontade de evoluir, dançar e cantar.
Bateria: Avalia o desempenho dos ritmistas e dos mestres de bateria acompanhando o samba-enredo. Além de alguns instrumentos obrigatórios, é importante que tudo esteja afinado. Também é considerada a “ousadia na performance musical”, com bossa, paradinha, breque, apagão, convenção e virada.
Alegoria: Julga os carros alegóricos – a beleza e a relação com o enredo. As escolas de samba são obrigadas a desfilar com cinco alegorias.
Mestre-sala e porta-bandeira: Considera-se o entrosamento dos dois na coreografia, a graciosidade dos movimentos e, também, as fantasias.
Harmonia: Analisa se os componentes da escola estão integrados, cantando o samba conforme o ritmo da bateria e fazendo as coreografias corretamente.
Balão de PacMan da Rosas de Ouro
Deslange Paiva/g1