A rainha é uma liderança do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, que faz parte do antigo Império Luba. Rainha do Congo visita heranças do povo bantu no Rio
A rainha do Congo, Diambi Kabatusuila, visitou o Rio de Janeiro esta semana e viu de perto heranças da cultura do povo bantu na cidade. A cidade e a região africana tem forte relação histórica.
A rainha é do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, que faz parte do antigo Império Luba.
O Rio recebeu o maior número de escravizados do Brasil. Os historiadores estimam que cerca de 1 milhão de pessoas foram forçadas a vir pra cá em navios tumbeiros, que têm esse nome derivado de tumbas por conta da quantidade de pessoas que morreram no mar .
Parte da população da cidade tem origem ancestral em países como Angola e Congo. No Rio há muitos descendentes da etnia bantu, um conjunto de povos com uma língua de origem em comum e palavras que carregamos até hoje no nosso dia dia.
Bangunca, dengo, gangorra , fubá , cachimbo, por exemplo, são todas palavras bantu no nosso dia dia. Pratos como angu com carne ou quiabo, que muita gente gosta também sao um prato de origem bantu. O enredo da Mangueira para o carnaval 2025 aborda a questão da herança bantu na cultura do Rio.
Entre as missões da rainha no Rio estão tentar descobrir quais hábitos preservemos com raízes africanas.
“Uma coisa muito linda é quando vejo o ritual tradicional do povo indígena aqui eu vejo o que estamos fazendo no Congo. Mesma coisa. Porque a relação que temos como o ser humano com a natureza, que é a relação toda com a terra, é a mesma, é a compreensão que somos um sistema de vida único.
Nesta quarta, Diambi Kabatusuila visitou um terreiro de religião com matriz africana bantu.
“A rainha, em 2019, em sua visita chega até essa casa e reconhece essa casa como um território verdadeiramente de etnia bantu pela nossa vestimenta, pelos seus cantos, as divindades e a aqui ela vê a identidade que os povos bantus tem de agregar os povos originais, os povos originários”, diz Taata Lemba Dayla, sacerdote candomblé Angola.
A ativista e escritora Papiõn Cristiane Santos também vê uma ligação direta entre ela, a rainha e os povos indígenas.
“Essa é uma ligação ancestral aonde nós somos o povo onça e ela também é o povo luba , que é o jaguar, que é a a onça pintada . Então isso nos traz a conexão de irmandade entre África e Brasil onde nós falamos que somos só um coração e uma só nação , que todos nós viemos de África”, afirma.