A americana Simone Biles voltou a flertar com a perfeição em movimentos de ouro em Paris. Rebeca Andrade conquista prata em duelo disputado contra Simone Biles
Nesta quinta-feira (1º), em Paris, a final individual da ginástica artística proporcionou à Rebeca Andrade a oportunidade de se tornar a atleta brasileira com o maior número de medalhas olímpicas. E, pra quem assistiu às provas, foi a chance de ver em ação as duas maiores estrelas desse esporte.
Na Arena Bercy, Flavinha Saraiva vibrava como milhões de brasileiros devem ter feito em frente à televisão. Era o país inteiro prendendo a respiração e vendo o mundo girar nos movimentos de Rebeca Andrade.
Os exercícios de solo decidiriam as medalhas, que nunca estiveram muito longe de Rebeca e Simone Biles. Apenas as duas ocuparam a liderança. A brasileira fez um salto espetacular, e a americana foi lá, e com o salto que leva o nome dela, aumentou o grau de dificuldade e saiu na frente com uma pequena vantagem.
As assimétricas não são o aparelho mais forte de nenhuma das duas. Mas Rebeca abriu a série e contou com uma pequena hesitação de Biles para virar o jogo. Simone chegou a cair para o terceiro lugar. No entanto, na trave, uma ótima nota levou a americana de volta a primeira posição depois que brasileira teve um desequilíbrio e recebeu uma pontuação menor.
Em meio a essa disputa, também existia outras 22 atletas. Entre elas, estava Flávia Saraiva, que fechou a apresentação com um salto e ficou em nono lugar na classificação geral.
“Estou muito feliz, estou muito feliz mesmo. Sei que não foi minha melhor competição, e poder estar representando meu país, eu amo representar o Brasil”, afirma.
O Brasil da ginástica, bronze por equipes, e que garantia mais uma medalha depois da apresentação de Rebeca Andrade no solo. Faltando apenas Simone Biles , o bronze já era da também americana Sunisa Lee. E uma nota acessível para os padrões da favorita seria suficiente para que ela superasse Rebeca, foi exatamente o que aconteceu.
Ouro para Simone Biles e prata para Rebeca Andrade. Após a prova, Biles riu e disse que nunca tinha se sentido tão ameaçada antes, e agradeceu a brasileira por isso.
“É uma honra. Eu me sinto privilegiada, diante de tantas coisas que podiam acontecer e de tantas pessoas que poderiam ter sido escolhidas para estar aqui. Eu estou aqui, eu consegui”, comemora Rebeca Andrade.
POR TRÁS DA MEDALHA
Série do JN mostra pessoas importantes para o sucesso de atletas brasileiros em Paris
Grave lesão muda a relação entre Thaísa e José Roberto Guimarães: ‘Hoje, a gente se ama’
Alison dos Santos fala da importância do melhor amigo: ‘Energia de família’
Conheça a parceria vitoriosa entre Isaquias Queiroz e uma médica: ‘Família’
Com apenas 16 anos, Rayssa Leal busca segunda medalha olímpica com treinador que é parte da família
Com o pódio ela se acostuma, mas não se satisfaz. Rebeca Andrade já é a mulher com mais medalhas olímpicas na história do esporte brasileiro, uma marca que pode ser ampliada em breve. Ouro e prata em Tóquio, uma bronze e uma prata em Paris. A primeira mulher a conquista quatro medalhas para o Brasil. e ela ainda pode se tornar a maior medalhista brasileira de todos os tempos, entre homens e mulheres, caso conquiste mais dois pódios nas três finais que terá pela frente nestes jogos. Em todas, Simone Biles também estará presente.
“Ai, eu penso: não vou mentir, não. Porque eu quero estar no pódio, mas o resultado é consequência. Eu tenho que fazer a minha parte”, diz Andrade.
Já a parte de quem vai ficar na torcida, é imitar a Flavinha: sofrer, torcer, vibrar e abraçar a Rebeca depois de mais uma medalha.