Biodiversidade oceânica pode fornecer novos medicamentos, inspirar novas tecnologias, auxiliar no combate à fome e mais. Dia Mundial dos oceanos é celebrado neste sábado (8). Oceano Pacífico tem um dos cenários mais deslumbrantes da natureza
Toni Mendes/ TG
Quando se fala da importância dos oceanos, muitas vezes a discussão se concentra somente em efeitos na biodiversidade global e no papel do ambiente marinho nas mudanças climáticas.
A linha de raciocínio está certa, afinal, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é a Amazônia o pulmão do mundo, mas sim os oceanos. Segundo a ong WWF-Brasil, mais da metade do oxigênio da Terra (55%) é produzido por algas marinhas.
Mas quando o assunto é saúde humana, o que o oceano tem a ver com isso? Um relatório produzido pela Ocean Panel (Painel Oceânico), iniciativa que reúne 18 líderes mundiais em prol da criação de uma economia oceânica sustentável, mostrou como esses temas estão intrinsecamente ligados.
De acordo com a publicação, a descoberta de medicamentos a partir da vida marinha tem uma taxa de sucesso até quatro vezes superior à da descoberta de produtos naturais a partir de outras fontes.
A estimativa trazida pelos especialistas é que a economia oceânica gere entre US$ 1,5 biliões e 2,5 biliões anualmente, proporcione emprego a mais de 30 milhões de pessoas e apoie a subsistência de milhões de pessoas que trabalham informalmente na pesca artesanal e de pequena escala.
“O oceano tem um grande potencial na resposta a crises globais, como as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, mas também pode ajudar a resolver crises sanitárias; incluindo doenças, saúde mental e desnutrição”, pontua o estudo.
Os peixes recifais desempenham papéis cruciais na manutenção do equilíbrio ecológico
Gabriel Marchi
Lançado este ano, o relatório “Como pode um oceano saudável melhorar a saúde humana e o bem-estar num planeta em rápida mudança?” explora quatro áreas de oportunidades nas quais o mar pode ser uma fonte de resultados positivos para a saúde humana. São elas:
A biodiversidade oceânica pode fornecer novos medicamentos para combater doenças, inspiração para novas tecnologias, novos materiais e fontes de energia;
A produção sustentável de alimentos azuis é uma promessa para acabar com a fome e a desnutrição;
O acesso a ambientes marinhos saudáveis apoia a recreação e promove a saúde mental;
O investimento na economia azul apoia a estabilidade econômica e resultados equitativos em comunidades costeiras e além.
“A humanidade não pode ter um futuro saudável, próspero e equitativo sem um oceano saudável, mas os impactos das alterações climáticas, da poluição, da perda de biodiversidade e de outros fatores de stress ameaçam a sua capacidade de sustentar a vida humana”, aponta o estudo.
Acesse o relatório completo neste link
Dependentes dos oceanos, milhões de pessoas trabalham informalmente na pesca artesanal e de pequena escala
Toni Mendes/ TG
Além de evidenciar oportunidades oferecidas por oceanos saudáveis, o documento aponta três ações imediatas principais para sustentar e proteger a saúde dos oceanos e humana. Veja abaixo:
Proteger, restaurar e gerir a biodiversidade oceânica: o que inclui defender a ratificação e implementação de acordos globais como o Quadro de Biodiversidade e Acordo de Subsídios à Pesca da OMC e proteger e gerir de forma sustentável a biodiversidade marinha;
Combater as alterações climáticas e eliminar a poluição: o que inclui manter compromissos com acordos globais como o Acordo de Paris e o Tratado Global de Plásticos da ONU, agindo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e a poluição plástica;
Melhoras a medição e equidade de apoio: o que inclui integrar indicadores de saúde oceânica e humana em programas de monitoramento e garantir a transparência e acessibilidade desses dados para elaboração de políticas e promoção da equidade.
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