3 de janeiro de 2025

Remédio que teria sido usado para fazer brigadeirão envenenado foi comprado por suspeita com receita médica, diz funcionário de farmácia

O medicamento, comprado no dia 6 de maio, teria sido utilizado, segundo a polícia, para a receita do brigadeirão que acabou causando da morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond. Remédio que teria sido usado para fazer brigadeirão envenenado foi comprado por suspeita com receita médica, diz funcionário de farmácia
Um funcionario de uma farmácia afirmou em depoimento à polícia nesta segunda-feira (3) que Júlia Andrade Carthemol, suspeita de matar o empresário e namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, apresentou receita médica pra comprar o remédio Dimorf, um medicamento à base de morfina.
O medicamento, comprado no dia 6 de maio, teria sido utilizado, segundo a polícia, para a receita do brigadeirão que acabou causando da morte do empresário. A polícia suspeita que o homem tenha morrido no dia 17, mas o corpo só foi encontrado três dias depois, depois que vizinhos acionaram os bombeiros, incomodados com o cheiro.
No depoimento, o funcionário afirmou que viu Júlia sair de um carro alto, prata, pelo banco do carona, antes da compra. Os representantes da farmácia apresentaram um documento interno que comprova a compra de R$ 158 pelo medicamento. Eles prometeram levar a receita à delegacia em uma próxima oportunidade.
Durante a tarde, também esteve na 25ª DP (Engenho de Dentro) um homem que se dizia o atual namorado de Júlia. Ele entrou rapidamente no local e não quis falar com a imprensa.
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Segundo o delegado Marcos Buss, titular da 25ªDP (Engenho Novo), ela se apropriou de bens e de quantias em dinheiro da vítima.
De acordo com a polícia, até a manhã desta segunda-feira (3) não havia pistas do paradeiro de Júlia.
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Nesta segunda (3), dois funcionários de uma farmácia prestaram depoimento e disseram que o remédio foi vendido para Júlia mediante apresentação de receita médica. Eles se comprometeram a levar o documento na delegacia posteriormente.
Segundo a polícia, a suspeita é que Júlia comprou o remédio controlado para colocar no brigadeirão dado à vítima antes da sua morte.
A polícia destaca que alguns bens de Luiz Marcelo já foram recuperados. “Já recuperamos alguns bens da vítima, o automóvel da vítima, devo me preocupar com a localização dessas armas, que podem ou não estar na posse da Júlia”, destacou Buss.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond
Reprodução
Presa suspeita de participação no crime
Para a polícia, Suyany Breschak, mulher que se apresenta como cigana e que está presa, já sabia do planejamento do crime antes da morte do empresário, e teria se beneficiado posteriormente.
“Há elementos que indicam que a Suyany foi a destinatária de todos os bens do empresário após a morte dele”, afirmou o delegado.
Em depoimento, Suyany disse que Júlia possuía uma dívida com ela de R$ 600 mil.
Ex de Suyany é ouvido
Também foi ouvido nesta segunda-feira (3) na delegacia Orlando Neto, que se identifica como cigano e é ex-marido de Suyany. Orlando alega que ela teria tentado sequestrá-lo e ameaçado envenenar seus dois filhos.
Suyany foi presa temporariamente e é considerada suspeita de ser mentora intelectual da morte de Luiz Marcelo Antônio Ormond.
Orlando alega ainda que recebeu um áudio e prints que davam conta que Suyany estaria vendendo o carro de Luiz Marcelo, além das armas que também estavam no veículo.
A defesa de Suyany nega e diz que Orlando “sempre teve problemas pessoais, inclusive com a questão de pagamento de pensão alimentícia”. Ele alega que não há pendências.
Etevaldo Tedeschi, advogado de Suyany, diz que a cliente não teve qualquer participação na morte de Luiz Marcelo.
Ele afirmou que Suyany recebeu o carro como um presente de Júlia, para pagar uma consulta espiritual. O advogado também disse que não ouviu a vítima falar sobre uma dívida de R$ 600 mil de Júlia com ela.
“O objetivo era fazer um trabalho espiritual, e esse trabalho espiritual era para que a Júlia pudesse encontrar o amor da vida dela. E me parece que a vítima era bastante generosa. Penso que o interesse da Suyany era que o relacionamento desse certo e fosse longo e duradouro”, ponderou.

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