20 de novembro de 2024

RETA: como é o seguro da Aeronáutica pago a vítimas de acidentes aéreos

Obrigatória para aeronaves, indenização é uma espécie de DPVAT e valor é calculado de acordo com profissão e remuneração em vida. Mãe do ex-jogador Gimenez diz que até hoje não recebeu indenização pela morte do filho
Além da indenização que a Voepass deve pagar aos familiares das vítimas do acidente aéreo que aconteceu em Vinhedo (SP) na sexta-feira (9), eles também devem receber seguro de Responsabilidade Civil do Explorador ou Transportador Aéreo (RETA), obrigatório para aeronaves.
Esta fiança é uma espécie de DPVAT, que é o seguro obrigatório para proteção de vítimas de acidentes de trânsito.
Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
No caso da indenização aeronáutica, o valor geralmente pré-estabelecido é de até R$ 103 mil para cada pessoa e, segundo o advogado Marcelo Valente, é referente aos danos causados pelo acidente.
“Além do seguro obrigatório, existe um seguro de responsabilidade pelos danos causados pelo acidente. Então tem a responsabilidade do dano de natureza moral, e natureza material, estética e lucros cessantes. Estes são outros tipos de danos que, geralmente, são cobertos por outras apólices, por seguros realizados pela empresa”.
As 62 pessoas que estavam a bordo do voo 2283 que caiu na região de Campinas (SP) morreram no desastre aéreo.
Imagem do Globocop mostra local da queda de avião em Vinhedo (SP)
Reprodução/TV Globo
Na segunda-feira (12), o procurador-geral da Justiça de São Paulo se reuniu nesta segunda-feira (12) com familiares das vítimas e informou que valores do seguro estão sendo definidos.
LEIA TAMBÉM
Oito anos após desastre aéreo, mãe de lateral da Chapecoense não recebeu indenização por morte do filho
Queda de avião em Vinhedo: localização de material genético interrompe triagem de objetos pessoais das vítimas
Voepass diz que prioridade é cuidar de familiares das vítimas e prover ‘o mínimo de conforto’ financeiro
Segundo Valente, apesar de haver um valor pré-estabelecido, a indenização pode mudar de acordo com cada vítima. São analisadas profissão e remuneração em vida, por exemplo.
“Apesar de a responsabilidade da empresa ser objetiva, independe de culpa. Ela tem de cobrir esses danos e esse cálculo é feito, geralmente, quando há uma ação judicial dos lucros cessantes, que é o que a pessoa deixou de ganhar ou deixaria de ganhar no decorrer da vida dela. Então é analisada a profissão, a remuneração e é feita essa média”.
Entre os 58 passageiros, havia duas crianças, de 3 e 5 anos. As famílias delas também terão direito à indenização, mas o cálculo é diferente.
“É feito um cálculo, mas outros parâmetros são analisados, porque uma criança não tem ainda a ideia de profissão, do que ela iria seguir. Mas existe, sim, um cálculo específico pra esse tipo de situação. Infelizmente, a vida não vai voltar com as demandas judiciais. O que se perde em acidentes como esse é muita coisa. O que a justiça tenta, um pouco, é minimizar as famílias com uma reparação pecuniária, uma reparação financeira para diminuir um pouco a dor, diminuir essa sensação, principalmente, de impunidade”.
Guichê da Voepass em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
À EPTV, afiliada da TV Globo, a Voepass afirmou que já acionou a seguradora para indenização das vítimas.
Na sexta-feira, cerca de sete horas após o acidente, a empresa, que fica em Ribeirão Preto (SP), afirmou que a prioridade agora é cuidar de familiares das vítimas e prover ‘o mínimo de conforto’ financeiro.
Na segunda-feira, a Voepass voltou a afirmar que já acionou a seguradora para fazer o pagamento às famílias das vítimas da queda do avião. O prazo para início da reparação, no entanto, não foi informado.
Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo
Tragédia no interior de SP
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo.
A tragédia é o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde o caso da TAM, em 2007, no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
Veja, ponto a ponto, a cronologia do desastre:
A aeronave decolou às 11h46 e o voo seguiu tranquilo até 12h20.
Após 24 minutos, subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
Trajetória do avião que saiu de Cascavel (PR) e caiu em Vinhedo (SP)
Arte g1
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região

Mais Notícias