Boi invadindo churrasco, cachorro andando em moto, tartarugas deformadas, milhares de formigas mortas em praia, golfinhos e até piranhas ganharam holofotes. Relembre animais que deram o que falar durante o ano no Espírito Santo. Quinze momentos com animais no Espírito Santo que deram o que falar em 2024
Reprodução
Os animais foram destaque em 2024 no Espírito Santo das mais variadas formas possíveis. Não só viralizaram na internet com cenas curiosas, como um boi invadindo um churrasco, bicho-preguiça posando para selfie, cachorro na garupa de moto e milhares de formigas-tanajuras mortas numa praia, mas também mexeram com o coração dos leitores, com imagens fofas, tristes e divertidas.
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Além disso, este ano a natureza deu um alerta sobre como a ação humana impacta na preservação das espécies. E o g1 acompanhou esses e outros destaques de perto.
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Confira o top 15 de momentos com animais:
Rota dos golfinhos
Golfinhos são monitorados por pesquisadores na costa do Espírito Santo.
Instituto O Canal
As baleias-jubarte já são conhecidas por passarem todos os anos de junho a novembro pelo litoral do Espírito Santo. Mas, após alguns anos de observação, pesquisadores também descobriram que os golfinhos também tem uma rota no estado, chamada de “Rota dos Botos”.
O g1 embarcou em uma expedição com ambientalistas e mostrou alguns pontos onde os botos-cinza podem ser encontrados, como a Toca dos Botos, que fica entre o bairro Jardim Camburi, em Vitória, e Praia Mole, na Serra, a apenas cerca de 5 km da costa capixaba.
Os primeiros levantamentos apontam que mais de 200 animais da mesma espécie ficam na região. Eles se deslocam entre a região de Manguinhos, no município de Serra, e a Barra do Jucu , em Vila Velha. Essas espécies podem ser vistas diretamente da praia pelos banhistas.
No estado já foram catalogados pelo menos 15 espécies de odontocetos, com destaque para o boto-cinza (Sotalia guianensis) e o golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).
Remada radical
Cães e donos se divertem fazendo passeio da caiaque em praia de Vitória
Cachorros passeando de caiaque com os seus tutores na praia da Curva da Jurema, em Vitória, chamaram a atenção de banhistas e viraram moda em 2024.
A “Remada Dog” surgiu a partir do empreendedor Arthur Freire que já praticava caiaque no local e tinha um cachorro. Com o passeio, Arthur quis principalmente de fortalecer os laços entre cão e tutor e também a interação com outros animais.
A diversão começa de manhã cedo, por volta das 8h, na areia da praia, com os cães se conhecendo. Depois, orientações são passadas aos donos, como deixar sempre os cães na coleira, quais são os movimentos necessários para remar, informações sobre o trajeto e os pontos de paradas.
Os donos são avisados também que os cães podem ficar a vontade para dar aquele mergulho durante o trajeto, com três instrutores sempre por perto. Em cada caiaque cabem o dono e o cachorro, podendo ser até dois donos e dois cachorros se for um de porte pequeno.
Reforço “aumigo” na polícia
Cadelas do Batalhão de Ações com Cães da PM têm filhotes
O fofurômetro explodiu depois que o Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar do Espírito Santo (BAC) ganhou um reforço de peso em abril de 2024.
Duas cadelas que atuam na corporação tiveram filhotes, e nasceram treze cachorrinhos, sendo 11 fêmeas e dois machos. Além disso, a população ajudou a escolher os nomes dos filhotes, que se chamam: Alfa, Amora, Ayla, Akira, Alexa, Alba, Ariel, Alma, Arya, Angel, Bruce, Beta e Brisa.
As ninhadas, denominadas de Alfa e Bravo, nasceram no final de março. Em vídeos postados pelo Batalhão na internet, é possível ver a cadela Linda, da raça Pastor Alemão, passando por um ultrassom. Ela teve dez filhotes.
Além da Linda, outra cadela, a Uthara, da raça Pastor Belga Malinois, teve três filhotes. De acordo com a Polícia Militar, já fazia um tempo que o batalhão não tinha criação própria de cães. Na maioria das vezes, eles eram comprados.
As ninhadas ajudam a polícia a reduzir gastos futuros com a compra de membros da família e também no controle no treinamento dos cães. Com o crescimento dos filhotes, aos poucos eles começam a serem treinados.
Dentes afiados
Vídeo de piranha mordendo lacres de pesca viraliza na internet
Uma cena curiosa de uma piranha mordendo lacres de uma rede de pesca em um valão em Linhares, no Norte do Espírito Santo, viralizou nas redes sociais.
Nas imagens, o produtor de conteúdo Ray Guasti pega uma piranha com as mãos e coloca os dentes do peixe próximo a um lacre de plástico preso em um corrimão metálico. Assim que encosta a boca do animal, o peixe corta os três lacres rapidamente. Depois, ele é devolvido para a água.
As imagens tiveram mais de 230 milhões de visualizações e geraram os mais variados comentários, como que é assim que a piranha realiza uma tecnologia automática de graça.
Tiveram até comentários que lembraram do desenho “Os Flinstones”, em que animais eram utilizados como ferramentas no dia a dia, nesse caso como cortador.
Um perfil comentou em inglês, que nem tesouras na casa dele não conseguem fazer isso.
Rolezinho animal
Cachorro é flagrado andando na garupa de moto
Nesse ano, até cachorro andou de moto. Um cão apareceu andando na garupa de uma moto no centro de Aracruz, no Norte do estado.
No vídeo é possível ver que o animal até balançava o rabo. Em outras imagens, o cão estava no pescoço do tutor e até latiu algumas vezes.
O cão aventureiro é o vira-lata Xulin, de 5 anos e o motociclista é o seu tutor, Emanuel Rodrigues.
O g1 conversou com a mulher de Emanuel e também tutora de Xulin, Larissa Guasti, que disse que a família não vai mais conduzir o animal desse jeito, já que transportar animais dessa forma é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Larissa explicou que antes o marido só andava com o cachorro na moto dentro da propriedade deles, mas ele acabou indo mais longe, até o Centro da cidade, com o cão na garupa.
Segundo o CTB, animais só podem ser transportados em uma moto com “side car”, um compartimento acoplado na lateral da moto.
Sempre ao seu lado
Cachorro fica 9 dias em porta de hospital esperando pelo dono que morreu no ES
Uma história de fidelidade de um cachorro chamou a atenção de funcionários de um Pronto Atendimento em Viana, na Grande Vitória. Há nove dias, o cão entrava na unidade e latia como se dissesse para a equipe médica que aguardava pelo seu tutor que deu entrada no local.
No entanto, o reencontro não seria mais possível por causa da morte do seu melhor amigo.
Segundo a prefeitura, o cachorro esperava pelo dono desde o dia 1° de agosto, quando o homem deu entrada na emergência do Pronto Atendimento Arlindo Villaschi. No entanto, o tutor foi transferido para um hospital, onde acabou falecendo.
Durante os dias de espera, o cachorro, que foi carinhosamente apelidado de “Caramelo”, recebeu atenção de funcionários da unidade, mas perdeu peso e ficou debilitado. No entanto, nenhum familiar do tutor procurou o animal para resgatá-lo.
O animal então foi resgatado pela prefeitura da cidade e entrou na lista de animais para adoção, mas só poderá ir para um novo lar quando estiver completamente saudável.
Susto em churrasco
Boi solto invade churrasco de Dia dos Pais em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Os animais também proporcionaram alguns sustos em 2024. Um deles foi quando um boi invadiu um churrasco de Dia dos Pais em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.
Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que a família celebrava na rua e depois todos correm para dentro da casa para fugir do animal, que passa correndo pela rua. Ninguém ficou ferido.
Crianças e um cachorro estão brincando, quando um homem de camisa verde no meio da rua aponta na direção do boi e depois para a residência. Após o aviso, as pessoas começam a correr e o grupo atravessa a calçada para dentro da residência.
Os moradores disseram que o dono do boi foi até o local e tentou conter o animal, que estava bem agitado. Ele ficou em um pasto de uma propriedade da região.
Equoterapia que salva vidas
Laysla fica toda feliz com equoterapia no cavalo Prometeu, dentro de presídio no Espírito Santo
Ricardo Medeiros/A Gazeta
A equoterapia invadiu os muros da Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), em Viana, na Região Metropolitana de Vitória, e tem ajudado no tratamento de crianças com necessidades especiais atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) dentro da própria unidade prisional.
Idosos também são atendidos pelo projeto, que beneficia ainda vários detentos que cumprem pena no local. As sessões contam com cavalos abandonados, que foram resgatados em diversas ruas do município.
A maioria dos animais foi retirado das ruas onde poderiam sofrer ou provocar acidentes com mortes. Na equoterapia, eles têm a possibilidade de continuar a vida com tratamento adequado, recebendo cuidados dos detentos, em área aberta e de pastagem na própria penitenciária.
Detentos trocam as celas da prisão pelas celas dos cavalos que precisam estar preparadas para as aulas dos pacientes. Os presos são os responsáveis por cuidar dos animais com banho, escovação e alimentação. Além disso, a cada três dias trabalhados, o preso tem um dia da pena reduzida.
Para os especialistas, o contato direto entre animais e as crianças vai além da brincadeira. Funciona como parte de um tratamento.
Fisioterapia para pinguins
Pinguins fazem tratamento oara retornarem ao mar em Cariacica, no Espírito Santo
Ipram
Pinguins também apareceram pelo litoral capixaba esse ano e onze precisaram ser resgatados. E para poder voltarem ao mar, eles têm uma rotina intensa de cuidados.
Entre as atividades, os animais fazem até fisioterapia, com exercícios na água para auxiliar na recuperação da musculação e na impermeabilização das penas.
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), 56 pinguins foram resgatados entre janeiro e agosto de 2024 em todo o estado. A maior parte dos encalhes desses animais ocorreu na última quinzena de julho, reduzindo drasticamente os registros no mês de agosto.
Os animais foram encontrados principalmente nas cidades de Guarapari, Anchieta, Marataízes.
Abelhas curtindo uma praia
Apicultor demorou cerca de 1h30 para conseguir retirar enxame de abelhas que apareceu em cadeira de praia em Guarapari, Espírito Santo, e colocar todas dentro de uma caixa
Reprodução/Redes sociais
Um enxame de abelhas africanas em uma cadeira na praia chamou a atenção de banhistas que estavam na Praia da Areia Preta em Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória em setembro deste ano. Eram, aproximadamente, 25 mil abelhas segundo um apicultor que foi chamado para retirar os insetos.
O apicultor disse que pelo menos uma banhista foi picada. Depois de 1h30 de trabalho, todas as abelhas foram ser retiradas pelo profissional.
O trabalho foi feito de forma voluntária pelo apicultor aposentado Aguinaldo Vieira, de 85 anos. Para a retirada, ele usou boné, camisa de manga comprida, calça e sapato fechado.
No vídeo é possível ver que as abelhas estavam na parte de cima da cadeira, pousadas em uma saída de praia, próximo à água. O profissional coloca uma caixa embaixo de onde os insetos estão e se afasta a cada vez que a onda chega.
Segundo o biólogo Pedro Reck, o fenômeno do deslocamento de colônias de abelhas como a que aconteceu em Guarapari é chamado de enxameamento.
“Ele é normal e acontece quando colônias ficam grandes demais ou por algum motivo são desalojadas. Elas se aglomeram ao redor da abelha rainha e a protegem com essa aglomeração”, disse o biólogo.
Animais deformados: consequências do desastre de Mariana
Pescadores encontram animais doentes e deformados; pesquisadores associam à lama do desastre de Mariana
Arquivo Pessoal
O ano de 2024 também foi marcado por alertas da natureza sobre como a ação humana vem atrapalhando os ecossistemas.
Pescadores que atuam em rios e no mar do Espírito Santo relatam que estão encontrando animais doentes e deformados, com a aparência diferente do que era visto antes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), há quase nove anos.
Entre os flagrantes, estão tartarugas com úlceras na cabeça e nadadeiras, peixes com machucados aparentes e ostras cobertas de lama.
Segundo os trabalhadores que atuam em áreas afetadas pelo desastre, há relatos de animais vivos e com mau-cheiro. O material que aparece nesses locais não se assemelha com o encontrado no mangue no período pré-desastre, eles dizem.
Os relatos vão de encontro com as informações divulgadas por pesquisadores que, pela primeira vez, constataram a presença de metais provenientes do rompimento da barragem, em todos os níveis de vida estudados na foz do Rio Doce e na costa marinha do Espírito Santo e Sul da Bahia.
Invasão de tanajuras
Milhões de tanajuras são encontradas mortas na areia de praia em Aracruz
Outra imagem curiosa envolvendo animais que chamou a atenção em 2024 foi a grande quantidade de formigas tanajuras mortas na praia da Barra do Sahy, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicaram que o fenômeno está relacionado a alguns fatores como: aumento da reprodução da espécie; muitos ninhos próximos à praia; chegada do período chuvoso; ventos leste na costa e mudança de ninho para fugir de alagamentos
As formigas tanajuras são da espécie saúva, que não são nocivas aos seres humanos.
Com os insetos fazendo tanto sucesso, os pratos culinários utilizados com as formigas como farofa, bolo e até salada também despertaram a curiosidade.
Click inusitado
Capixaba Wesley Liria faz sucesso em selfie com preguiça nas redes sociais. Jaguaré, Espírito Santo.
Redes sociais
Esse ano teve até bicho posando pra foto! Em novembro, um bicho preguiça participou de uma selfie após ser resgatada no meio da BR-101 em Jaguaré, no Norte do Espírito Santo.
Ao encontrar a preguiça e realizar o procedimento orientado de retirada do animal, ele conseguiu sacar o celular e fazer um registro do momento.
Na foto, o animal está com as patas abertas, estendidas, parece até apoiar uma delas no ombro do operador de tráfego, enquanto olha para Wesley. O registro fez sucesso e gerou alguns elogios ao trabalhador pelo cuidado com o animal.
“Na hora da foto eu estava segurando a preguiça pelas costas, e rapidinho consegui me posicionar, pegar o celular e fazer o registro. Quando a gente coloca a preguiça no novo lugar, não sei por qual motivo mas ela estica o braço na nossa direção, como se fosse uma forma de agradecimento ou algo do tipo! É muito legal!”, relatou o trabalhador.
Preservação das tartarugas
Tartaruga-cabeçuda desovando em 2024 na praia de Costa Bela, Serra, Espírito Santo
Crédito Almir Araújo, IPRAM
O Espírito Santo é considerado um berço de desova das tartarugas marinhas no país. E para poder ajudar na preservação da espécie, algumas regras na iluminação das praias precisam ser seguidas.
Mas, apenas 35% das cidades litorâneas do estado estão totalmente aptas, com delimitação de espaço e iluminação adequada, para receber os animais em temporada reprodutiva, que vai de setembro a março de todos os anos.
Este fator é importante porque a luz pode atrair as tartarugas e fazer com que o nascimento delas fique comprometido ou até mesmo levar a morte de mães e filhotes.
Das 14 cidades litorâneas capixabas, apenas cinco estão com a iluminação como determina a legislação em toda a orla. São elas: Itapemirim, Guarapari, Serra, Aracruz e Conceição da Barra.
Gigante do mar
Maior tartaruga do mundo desova no ES
Em dezembro, o g1 fez um registro exclusivo do momento de desova de uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea ) no litoral norte do estado. A espécie pode ultrapassar dois metros de comprimento e pesar mais de 700 kg, garantindo seu título como a maior tartaruga do planeta.
No Brasil, a principal região de desova escolhida pela tartaruga-de-couro é no Norte Capixaba, principalmente nas praias de Regência e Povoação, nos municípios de Linhares e Aracruz, área abrangida e protegida pela Reserva Biológica de Comboios, gerida pelo ICMBio.
Os pesquisadores disseram que não é possível estimar a população para tartaruga gigante. O trabalho de pesquisa no Espírito Santo é feito com monitoramento das praias, marcação dos animais avistados e com o auxílio de aparelhos de comunicação via satélite.
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