9 de novembro de 2024

Rio Amazonas volta a secar e registra novo recorde histórico em Itacoatiara


Em sete dias, nível das águas baixou 46 centímetros e atingiu menor nível registrado na história do município. Porto de Itacoatiara, no interior do Amazonas, em outubro de 2024.
Liam Cavalcante/Rede Amazônica
Após um período de leve subida, entre os dias 13 e 24 deste mês, o nível do Rio Amazonas baixou 46 centímetros nos últimos sete dias, chegando a marca de -17 centímetros, nesta quinta-feira (31). Este é o menor nível já registrado na história pela Defesa Civil no município de Itacoatiara, interior do Amazonas.
O estado vive a pior seca de todos os tempos em termos de impactos econômicos e sociais. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, mais de 800 mil pessoas estão sendo afetadas pelo baixo nível dos rios e os prejuízos já ultrapassam R$ 620 milhões em 2024. Todas as cidades do estado estão em situação de emergência.
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Em Itacoatiara, o recorde anterior havia sido registrado em 13 de outubro deste ano, quando o rio atingiu -0,11 metros, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Desde então, o nível oscilou devido ao fenômeno conhecido como “repiquete”, típico dos rios da região amazônica, em que as águas sobem e descem, como uma espécie de efeito sanfona.
A seca deste ano tem afetado fortemente a zona rural do município, onde dezenas de comunidades estão em situação de isolamento. De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, mais de 28 mil pessoas foram impactadas pela seca em Itacoatiara. O órgão também informou que segue enviando ajuda humanitária aos ribeirinhos.
Seca do Rio Amazonas no município de Itacoatiara.
Liam Cavalcante/Rede Amazônica
Cenário no estado
No contexto hidrológico, as calhas dos rios Alto, Médio e Baixo Solimões, Médio e Baixo Amazonas, Madeira, Purus e Rio Negro apresentam níveis críticos. Estações fluviométricas, como Tabatinga, Fonte Boa e Manacapuru, registram cotas mínimas históricas entre setembro e outubro.
Nesta quinta-feira (31), em Manaus, o Rio Negro atingiu a marca de 12,18 metros. Este ano, a capital registrou o nível mais baixo do rio, quando as águas atingiram a marca de 12,11, no dia 9 de outubro.
Confira a medição feita pela Defesa Civil em cidades do Amazonas nesta quinta-feira (31)
💧 Em Tabatinga, na região do Alto Solimões, o Rio Solimões está com -0,98 metros. O recorde histórico na localidade foi registrado em 26 de setembro, quando o nível do rio atingiu -2,56 metros.
💧 Na cidade de Coari, na região do Médio Amazonas, o Rio Amazonas registrou a cota de 1,68 metros nesta quinta-feira. O recorde histórico é de 1,10 metros, atingido em 7 de outubro.
💧 Em Parintins, no Baixo Amazonas, o Rio Amazonas está em -2,56 metros. O recorde foi registrado no dia 13 de outubro, quando a cota registrada foi de -2,63 metros.
💧 Em Humaitá, o Rio Madeira registra 8,70 metros. O menor nível registrado no município foi de 8 metros, no dia 16 deste mês.
O registro de subida no nível dos rios nas principais localidades do estado, no últimos dias, no entanto, não representa o fim da seca, afirma o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), atribuindo o fato ao repiquete.
Ainda segundo o SGB, para que o ciclo de cheia seja iniciado é necessário que haja chuvas consistentes e bem distribuídas, tanto nas regiões de cabeceira quanto na parte central da bacia amazônica. A previsão é que isso ocorra nas próximas semanas.
Rios do Amazonas começam a encher após seca

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