26 de dezembro de 2024

Rio Branco é tomada pela fumaça e qualidade do ar atinge nível ‘perigoso’ nesta segunda; FOTOS

A capital acreana amanheceu encoberta por uma nuvem de ar poluído e a qualidade do ar alcançou o nível ‘perigoso’, uma empresa suíça de tecnologia de qualidade do ar que analisa os níveis de poluição em diversos países. Aposentado Francisco Medeiros está preocupado com avanço da fumaça no estado
Reprodução/Rede Amazônica Acre
“Eu ouvia meus pais dizerem que o mundo ia se acabar em fogo e do jeito que nós estamos vendo aí tá quase pra fechar o ciclo”.
O desabafo do aposentado Francisco Medeiros, de 80 anos, reflete o pensamento de boa parte da população acreana nos últimos dias. Viver no estado tem se tornado insuportável com o avanço da fumaça provocada por queimadas na região.
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A capital acreana, Rio Branco, amanheceu, nesta segunda-feira (2), encoberta por uma nuvem de poluição e a qualidade do ar alcançou o nível ‘perigoso’, segundo um monitoramento em tempo real da IQAir, empresa suíça de tecnologia de qualidade do ar que analisa os níveis de impurezas em diversos países.
Fumaça encobre Rio Branco
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
Medidores da IQAir registraram que o Índice de Qualidade do Ar (IQA) marcava 594, chegando ao último grau de classificação da plataforma. A classificação varia entre “Bom”, “Moderado”, “Insalubre para grupos sensíveis”, “Insalubre”, “Muito insalubre” e “Perigoso”.
“Tenho 80 anos, no meu tempo não existia esse tipo de coisa desse fogo. Ninguém suporta essa situação e tá acontecendo no Brasil todo”, reclama o aposentado que passou a usar máscara para se proteger ao sair de casa.
Conforme os sensores que monitoram a qualidade do ar no Acre, por meio do sistema Purple Air, a capital acreana apresentou a concentração de 399.7 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) de material particulado.
🚨 Segundo o monitoramento, índices acima de 250 µg/m3 são classificados como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em 24h de exposição. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável 15 µg/m3.
Na situação atual, o Acre está 43 vezes acima do que é recomendável pela OMS.
Quando maior o IAQ, mais poluído e danoso é o ar. “Doenças crônicas podem aumentar, doenças agudas, como infarto, AVC, podem surgir, outras doenças como asma, bronquites e podem ter níveis elevados nessa época do ano. Recomendamos que crianças, idosos e portadores de doenças crônicas hidratam-se bem, procurem ficar, ao longo do dia, em lugares mais úmidos”, explicou o alergista e imunologista Guilherme Pulici.
Fumaça cobre Rio Branco nesta segunda-feira (2)
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
Além de beber muita água, o profissional recomenda também:
Ingerir alimentos ricos em água
Use umidificador ou coloque um balde ou uma toalha molhada no quarto
Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial
Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira
Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h
Proteja-se do sol com óculos escuros e evite o ressecamento das mucosas e pele
Use protetor solar.
Qualidade do ar em Rio Branco nesta segunda-feira (2) atingiu o nível perigoso
Wesley Carvalho/Rede Amazônica Acre
A umidade da capital registrada está em 39% menos da metade do ideal que é entre 50 e 60%. Segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Especialistas recomendam cuidados para evitar doenças nesta época do ano
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
A exposição à poluição atual por mais de 24h traz riscos ao público em geral e os grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.
Capital Rio Branco amanhaneceu encoberta por fumaça
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
Emergência
Com mais de 1,9 mil focos de incêndio em agosto no Acre, de acordo com o monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Estado decretou emergência em saúde pública no final de agosto.
Fumaça continua encobrindo Rio Branco e aumenta alerta de riscos à saúde
De acordo com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), o novo decreto deve permitir que o governo adote medidas para combater a situação de maneira mais ágil.
Colaborou Melícia Moura, da Rede Amazônica Acre
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